Recentemente, a previsão para o crescimento do PIB do Brasil foi ajustada em 0,22 ponto percentual para cima, após a divulgação dos dados do segundo trimestre do ano. O PIB surpreendeu ao registrar um aumento de 1,4% em relação ao trimestre anterior. Conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em comparação ao segundo trimestre de 2023, o crescimento foi de 3,3%.

Para o ano de 2025, a previsão de crescimento do PIB foi revisada de 1,85% para 1,9%. As projeções para 2026 e 2027 indicam uma expansão constante de 2% para ambos os anos. Em 2023, a economia brasileira superou as expectativas, crescendo 2,9% e alcançando um valor total de R$ 10,9 trilhões, segundo o IBGE. Em comparação, o crescimento em 2022 foi de 3%.

A previsão para a cotação do dólar ao final deste ano é de R$ 5,35. Para o final de 2025, a expectativa é que o dólar se mantenha em R$ 5,30.

No último relatório Focus, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que é o principal indicador da inflação no Brasil, foi ajustada de 4,26% para 4,3% em 2024. Para 2025, a projeção de inflação é de 3,92%. Para os anos de 2026 e 2027, as estimativas são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.

A previsão para 2024 está acima da meta de inflação estabelecida pelo Conselho CMN, mas ainda dentro do intervalo de tolerância. A meta atual é de 3%, com uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, estabelecendo limites de 1,5% a 4,5%. A partir de 2025, será adotado um sistema de meta contínua, eliminando a necessidade de definição anual da meta. O centro da meta contínua será de 3%, com a mesma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Impactos da taxa selic no PIB:

Em julho, a inflação foi de 0,38%, impulsionada principalmente pelos preços da gasolina, passagens aéreas e energia elétrica, em comparação com 0,21% em junho. Segundo o IBGE, o IPCA acumulou 4,5% em 12 meses, atingindo o limite superior da meta de inflação. A inflação de agosto será divulgada pelo IBGE na próxima terça-feira (10).

Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa Selic como principal ferramenta, atualmente fixada em 10,5% ao ano pelo Copom.

Em um cenário de incertezas econômicas e desafios externos, o BC decidiu manter a Selic na última reunião, após um ciclo de sete cortes que ocorreu de agosto de 2023 a maio de 2024.

Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic 12 vezes consecutivas em resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. A taxa foi mantida em 13,75% ao ano de agosto de 2022 a agosto de 2023 antes de iniciar os cortes. Antes desse ciclo de aumento, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano em março de 2021, o menor nível desde o início da série histórica em 1986, como parte de uma estratégia para enfrentar os efeitos econômicos da pandemia de covid-19. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 17 e 18 de setembro deste ano.

O mercado financeiro prevê que a Selic possa aumentar novamente, encerrando 2024 em 11,25% ao ano. Para o final de 2025, a expectativa é que a taxa básica caia para 10,25% ao ano, com previsões de redução adicional para 9,5% em 2026 e 9% em 2027.

O aumento da Selic visa conter a demanda aquecida, refletindo-se em preços mais altos devido ao encarecimento do crédito e ao estímulo à poupança. No entanto, fatores como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas também influenciam os juros cobrados pelos bancos, o que pode impactar a expansão econômica. Por outro lado, a redução da Selic tende a baratear o crédito, incentivar a produção e o consumo, e estimular a atividade econômica, embora possa diminuir o controle sobre a inflação.

Fontes: Infomoney e Boletim Focus.