As recentes enchentes no Rio Grande do Sul não apenas causaram destruição e perdas de vidas, mas também impactaram negativamente os resultados financeiros de muitas empresas na região.
O Grupo Panvel (PNVL3), cuja sede está em Eldorado do Sul — uma das cidades mais atingidas — e que obtém 65% de seu faturamento do estado, foi fortemente afetado.
O impacto das enchentes resultou em uma redução líquida de R$ 15,2 milhões no lucro do segundo trimestre, que totalizou R$ 4,3 milhões, marcando uma queda anual de 82,6%.
No total, 80 lojas da Panvel enfrentaram restrições de funcionamento devido às enchentes, e 18 delas foram diretamente afetadas por alagamentos.
Dentre essas, dez lojas (oito em Porto Alegre e duas na região metropolitana) não serão reabertas, pois já estavam planejadas para substituição em breve. Segundo o CEO, Julio Mottin Neto, “Não fazia sentido, do ponto de vista de retorno, investir na reabertura dessas unidades”.
Além dos prejuízos diretos, o balanço da empresa inclui R$ 4 milhões em despesas emergenciais para manutenção e limpeza, bem como doações para funcionários e para a comunidade local. Excluindo esses custos extraordinários, o lucro líquido ajustado da companhia foi de R$ 20,1 milhões, com uma queda anual de 23%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 49 milhões, apresentando uma redução de 14,1% em relação ao ano anterior. Com o impacto das enchentes, o Ebitda caiu para R$ 27,7 milhões, uma queda de 42,8%.
Apesar dos desafios, a administração da Panvel se mostra otimista:
A empresa relatou que as vendas voltaram aos níveis esperados desde julho e mantém a expectativa de expansão de margem para o segundo semestre.
A receita bruta do trimestre foi de R$ 1,223 bilhão, com crescimento anual de 4,9%, embora o avanço tenha sido prejudicado pela suspensão das vendas no atacado em maio e junho, devido às restrições no centro de distribuição em Eldorado do Sul. O laboratório Lifar, onde são produzidos os itens da marca própria, ficou submerso por mais de 40 dias.
No entanto, a Panvel conseguiu manter o fluxo de caixa positivo, alcançando R$ 13,159 milhões no segundo trimestre, com um crescimento de 7,8% em comparação com o ano anterior.
A empresa planeja inaugurar 40 novas lojas na segunda metade de 2024 (totalizando 60 no ano) e, embora não tenha um guidance para 2025, pretende abrir ainda mais unidades no futuro. “Este ano, 50% das inaugurações serão no Rio Grande do Sul, mas no próximo ano, vamos focar em expandir fora do estado, mantendo nossa presença na região sul do Brasil”, afirmou Julio Mottin Neto.
Ele também destacou que “questões como as enchentes nos fazem refletir que uma distribuição geográfica mais ampla pode reduzir riscos”.
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