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O atentado contra o candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, alterou o cenário político na maior economia do mundo. Com isso, o dólar, que já era um tema central, tornou-se ainda mais relevante. O republicano, visto como favorito a ocupar a Casa Branca a partir de 2025, ganhou mais força, segundo analistas.

As previsões sobre o futuro do dólar, caso esse favoritismo se confirme, estão divididas. Embora muitos acreditem que a moeda americana se fortalecerá, há quem discorde.

Perspectivas sobre um dólar mais fraco

Nesta semana, a Gavekal mencionou em relatório que espera um dólar mais fraco se Trump for eleito. Para essa renomada casa de research, Trump é um “mercantilista” que claramente deseja um “dólar mais fraco”.

“Um dólar mais fraco faria sentido em vários níveis. Primeiro, o dólar dos EUA está muito valorizado. Segundo, se os EUA realmente querem se reindustrializar—e é difícil manter a hegemonia militar mundial sem uma base industrial—então um dólar mais fraco é quase necessário”, afirma a Gavekal.

Sob essa perspectiva, Trump poderia querer um dólar mais fraco para fortalecer a indústria nacional americana, facilitando as exportações e tornando os produtos americanos mais competitivos internacionalmente. Um dólar mais fraco encarece os produtos importados e barateia os exportados, ajudando a proteger e estimular a produção doméstica.

“A escolha do vice-presidente J.D. Vance vai nessa linha. Ele não fala em dólar fraco, mas Vance menciona que outros países não deveriam usar uma moeda mais fraca como instrumento de exportação para os Estados Unidos”, acrescenta Jorge Dib, sócio e gestor da Galapagos Capital.

Consenso sobre um dólar mais forte

Dib, no entanto, menciona que a visão de um dólar mais fraco esbarra em outras promessas de Trump. Segundo ele, há, por enquanto, duas narrativas — com o mercado ainda “confuso”.

Por outro lado, o fato de o republicano defender maiores tarifas para a importação de produtos nos Estados Unidos é visto como um possível impulsionador do dólar.

“Se Trump impor mais tarifas para a China, por exemplo, provavelmente resultará em menor crescimento global. E quando há menor crescimento global, geralmente o dólar se fortalece”, explica o especialista. Nesse cenário, de economia mundial mais fraca, investidores tendem a buscar a segurança do dólar e dos títulos do tesouro americano.

Além disso, Dib relembra que Trump vem prometendo um fiscal mais frouxo e menos impostos, o que também tende a impulsionar a moeda norte-americana. Se as contas públicas dos EUA piorarem, é provável que os juros subam, atraindo fluxo de capital para os EUA e fortalecendo o dólar.

“De qualquer forma, é provável que em breve entremos em um período de juros mais baixos nos Estados Unidos. Mas com Trump, poderíamos ver um retorno ao movimento de alta”, explica Dib. “Uma coisa é falar que quer um dólar mais fraco, mas, por outro lado, colocar tarifas e fazer uma política expansionista mais forte, que provavelmente exigirá juros mais altos”.

Rodrigo Cabraitz, gestor de portfólio da Principal Clarita, concorda, mencionando que o aumento das tarifas de importação foi “marcante” no primeiro mandato de Trump.

“Pensando no contexto global, o real deveria sofrer menos que outras moedas. Mas o Brasil pode sofrer um efeito indireto, em que o enfraquecimento da China e os potenciais aumentos de tarifas dos EUA para a China prejudiquem a economia chinesa e, consequentemente, a balança comercial brasileira”, afirma Cabraitz, lembrando que a China é hoje o principal parceiro comercial do Brasil.

Fonte: Info Money.

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