O impacto da recessão nos EUA e seu efeito mundial estão dominando a agenda internacional, que está bastante esvaziada, com o foco principal voltado para o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços.

No Brasil, os investidores estão atentos à ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, além dos resultados financeiros das principais empresas do país. Entre as divulgações esperadas estão os balanços trimestrais do Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Petrobras, bem como especulações sobre a nova presidência da Vale.

O clima negativo observado na última sexta-feira em Wall Street persiste nesta segunda-feira, impactando os mercados globais. A recente divulgação do relatório de empregos dos EUA revelou uma criação de vagas abaixo das expectativas para o mês de julho, alimentando temores de uma recessão iminente. Como resultado, aumentaram as especulações de que o Federal Reserve (Fed) pode precisar adotar uma política monetária mais agressiva, cortando os juros mais significativamente nos próximos meses.

Na Ásia, os mercados registraram perdas acentuadas. A Bolsa de Valores de Tóquio sofreu uma queda expressiva de 12,4%, enquanto as bolsas na China continental e em Hong Kong apresentaram perdas menores. Esses mercados foram impactados, apesar dos dados positivos que indicam uma expansão mais forte do setor de serviços na China em julho e das recentes medidas de estímulo econômico anunciadas pelo governo chinês. Na Europa, as bolsas também enfrentam quedas substanciais, com ações do setor bancário liderando as perdas.

Ibovespa fecha em queda de 1,21% por incerteza nos EUA; dólar é cotado a R$ 5,70:

Nos Estados Unidos, as ações da Apple e da Nvidia enfrentam quedas significativas, variando entre 8% e quase 10%.

Os temores de uma desaceleração econômica são agravados pela notícia de que a Berkshire Hathaway reduziu sua participação na Apple em quase 50%. Além disso, a Nvidia pode adiar o lançamento de seus chips de inteligência artificial de próxima geração por pelo menos três meses. O futuro do Nasdaq em Nova York caiu mais de 4%.

Buscando proteção, os investidores estão reduzindo seus ativos nos Treasuries, enquanto o dólar se desvaloriza em relação ao euro e ao iene. O preço do petróleo também registrou uma queda de cerca de 2%.

A tendência de fuga dos investidores de ativos de risco observada no exterior também afeta o Brasil. No pré-mercado de Nova York, os American Depositary Receipts (ADRs) das principais empresas brasileiras e o ETF EWZ, que representa o principal índice brasileiro, estão em forte queda. Apesar da alta de 1,97% no preço do minério de ferro em Dalian, as ações da Vale devem enfrentar dificuldades devido aos riscos de uma recessão nos EUA. A queda no preço do petróleo, que está na faixa de 2%, deve impactar negativamente os papéis do setor petrolífero na Bolsa de Valores brasileira e, consequentemente, pressionar o Índice Bovespa.

O lucro trimestral do Bradesco, que superou as expectativas, pode não ser suficiente para evitar a queda das suas ações. Com a expectativa de uma baixa geral no Índice Bovespa e uma possível alta do dólar, os juros futuros também podem sofrer uma redução, influenciados pela diminuição dos rendimentos dos Treasuries. Esse cenário pode aumentar a pressão sobre o Banco Central e intensificar as especulações em torno da ata do Copom e dos dados do IPCA de julho, que serão divulgados nesta semana.

Em resumo, o clima de incerteza econômica global está gerando impactos significativos nos mercados financeiros, com efeitos diretos tanto nas bolsas internacionais quanto no mercado financeiro brasileiro. A atenção dos investidores está voltada para os próximos eventos econômicos e financeiros que podem fornecer mais clareza sobre o rumo da economia global e local.

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