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O mercado financeiro ajustou recentemente suas previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o principal indicador da inflação no Brasil.

Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 29/07 a estimativa para a inflação de 2024 foi revisada para cima, passando de 4,05% para 4,10%.

Em junho de 2024, a inflação, impactada principalmente pelo grupo de alimentos e bebidas, registrou uma taxa de 0,21%, uma diminuição em relação aos 0,46% observados em maio. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o IPCA acumulou uma alta de 4,23% nos últimos 12 meses.

Para controlar a inflação e atingir a meta estabelecida, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 10,5% ao ano. Este patamar foi mantido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião, em junho, após um ciclo de sete reduções consecutivas. A alta recente do dólar e o aumento das incertezas econômicas foram fatores que levaram o BC a interromper o ciclo de cortes iniciado há quase um ano.

Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom elevou a Selic em 12 ocasiões consecutivas para combater a alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Após esse período, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por um ano, antes de começar a ser reduzida gradualmente. Antes desse ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida a 2% ao ano, o nível mais baixo da série histórica, em resposta à contração econômica causada pela pandemia de COVID-19.

As expectativas do mercado financeiro indicam que a Selic deverá permanecer em 10,5% ao ano até o final de 2024. Para 2025, a projeção é que a taxa básica de juros diminua para 9,5% ao ano. Já para 2026 e 2027, a estimativa é que a Selic seja reduzida para 9% ao ano.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que tende a refletir em preços mais altos devido ao encarecimento do crédito e ao estímulo à poupança. No entanto, taxas de juros mais altas também podem dificultar a expansão econômica. Por outro lado, a redução da Selic visa tornar o crédito mais barato, incentivando a produção e o consumo, mas pode levar a uma menor capacidade de controle sobre a inflação.

Projeções de inflação para os próximos anos:

Além da previsão para 2024, o Boletim Focus também trouxe atualizações para os anos seguintes. Para 2025, a projeção de inflação foi ajustada de 3,9% para 3,96%. Para 2026 e 2027, as expectativas são de inflação de 3,6% e 3,5%, respectivamente.

Embora a previsão de inflação para 2024 esteja acima da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), ela ainda está dentro do intervalo de tolerância. Para este ano, a meta de inflação definida pelo CMN é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais para mais ou para menos, estabelecendo limites de 1,5% a 4,5%.

A partir de 2025, o sistema de meta contínua será implementado, o que significa que o CMN não precisará mais definir uma meta de inflação anual. Em junho deste ano, o centro da meta contínua foi fixado em 3%, com a mesma margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais.

A previsão de crescimento do PIB brasileiro para 2024 foi ajustada para 2,19%, acima da estimativa anterior de 2,15%. Para 2025, a expectativa de crescimento do PIB é de 1,94%, e para 2026 e 2027, as projeções indicam uma expansão de 2% ao ano.

Em 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, alcançando R$ 10,9 trilhões, conforme dados do IBGE. Em comparação, o crescimento em 2022 foi de 3%. A previsão para a cotação do dólar ao final de 2024 é de R$ 5,30, enquanto para o final de 2025, a expectativa é de que a moeda americana esteja cotada a R$ 5,25.

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