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Na última quinta-feira, o Ministério de Minas e Energia encaminhou à Casa Civil a minuta do decreto que delineia o futuro de 20 contratos de distribuição de energia elétrica. As diretrizes estabelecidas refletem a visão do governo de fortalecer a qualidade dos serviços e aumentar as penalidades para as concessionárias em caso de descumprimento.

A minuta do decreto, conforme relatado pela Reuters, inclui diretrizes que se adaptam à nova realidade do setor elétrico, destacando o papel crescente dos consumidores e a exigência de restabelecimento rápido do fornecimento de energia após eventos climáticos extremos. Além disso, o texto propõe medidas já aplicadas em contratos renovados há cerca de uma década, como a troca do indexador de preços para reajustes tarifários.

A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) ressaltou o avanço do processo de renovação dos contratos, porém, expressou preocupação com alguns pontos levantados pelo governo, como possíveis limites para distribuição de dividendos.

Essa renovação contratual envolve grandes grupos do setor elétrico, como Enel, Neoenergia, CPFL, Energisa e Equatorial, abrangendo 64% do mercado de distribuição de energia do país. A extensão desses contratos por mais 30 anos está condicionada à demonstração da prestação do serviço adequado.

O não cumprimento dessa prestação é caracterizado quando a concessionária não atende, por três anos consecutivos, aos limites regulatórios dos indicadores de qualidade DEC e FEC, que medem a duração e a frequência das interrupções de energia, respectivamente. Além disso, as empresas devem manter critérios de eficiência na gestão econômico-financeira.

O decreto proposto também estabelece penalidades, como a abertura do processo de caducidade da concessão em caso de não prestação do serviço adequado.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) poderá ainda limitar o pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio das distribuidoras que não cumprirem com seus indicadores de qualidade.

Apesar do avanço regulatório, a Abradee expressou preocupação com o impacto dessas medidas, afirmando que podem gerar insegurança e afastar investimentos, o que poderia impactar diretamente os serviços prestados aos consumidores.

Outro ponto criticado pelas distribuidoras é a falta de consideração de expurgos para as concessionárias diante de eventos climáticos extremos. A entidade ressaltou a importância de soluções conjuntas envolvendo diversos agentes, incluindo outras concessionárias, setores econômicos e o poder público, para lidar com essas situações.

O tema discutido no Morning Call de hoje foi as últimas novidades no mercado de energia.

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