Umas das principais startups do país, a fintech Neon, acaba de noticiar o recebimento de um aporte de US$ 300 milhões, cerca de R$ 1,6 bilhão. O valor figura como um dos cinco mais altos já recebidos por uma startup brasileira. O dinheiro será disponibilizado em duas parcelas de US$ 150 milhões.

Esse é o maior aporte em uma startup nacional em 2020, a rodada foi comandada pelo fundo General Atlantic, que já havia participado do investimento de R$ 400 milhões na empresa no último ano, em novembro.  Agora, voltam a investir na empresa também Nonashees e Florish Ventures.  Entre os que investem pela primeira vez estão: BlackRock, Vucan Capital, PayPal Ventures, Endeavor Catalyst e o banco BBVA.

“A rodada em plena pandemia demonstra a confiança que os investidores têm na gente. Os nomes envolvidos são um sinal muito claro do trabalho que estamos fazendo. Poucas startups brasileiras têm investidores desse porte”, revela o copresidente executivo da Neon, Jean Sigrist.

Este é mesmo um feito para poucos e que merece ser reconhecido. Ainda que a empresa resista em declarar, é provável que a Neon tenha se tornado a décima segunda integrante do restrito grupo de “unicórnios brasileiros” – empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.

Segundo especialistas consultados pelo Estadão, a empresa superou a marca. “Com um aporte deste tamanho, é bastante provável que a Neon já tenha atingido o status de unicórnio”, diz Felipe Matos, colunista do Estadão e autor do livro 10 Mil Startups.

“Mesmo que não tenha atingido o status nesta rodada, a Neon tem porte de unicórnio: um banco digital com 9 milhões de clientes, 800 funcionários e uma rodada de US$ 300 milhões. Tem todos os indícios”, diz Gustavo Araújo, cofundador do Distrito.

É um status que só a empresa pode confirmar, mas ela prefere ignorar. “Independentemente de ser ou não um unicórnio, o aporte é sinal de que os investidores mantêm a confiança na gente. Oficialmente não vamos dizer que somos unicórnio. Não é isso que estamos buscando. Temos outras métricas muito mais impressionantes”, diz Sigrist

De olho no crescimento

A Neon conta com muitos números robustos para apresentar. Além dos 9,4 milhões de contas abertas, que aumentou em 3 vezes o número de clientes nos últimos 12 meses, a startup revela que viu o volume de dinheiro investido dos clientes dobrar durante a pandemia do novo coronavírus. Também viu duplicar o volume de valores transacionados em sua plataforma pelos cartões de crédito e de débito. Por fim, após adquirir em setembro de 2019 a startup MEI Fácil, a empresa registra 1 milhão de contas tipo MEI.

Com o novo aporte, a empresa planeja expandir seus produtos em três áreas: crédito, serviços para contas MEI e ofertas e ferramentas de investimentos. “Nosso cartão de crédito tem apenas um ano e meio de existência e é possível agregar novas coisas a ele”, explica Daniel Mazini, diretor de operações da empresa, que passou os últimos 10 anos como chefe de varejo na Amazon.

Em relação ao MEI, Mazini explica que será possível avançar do estágio de educação financeira para serviços – a ideia é ajudar os microempreendedores que antes tinham que recorrer a uma conta de pessoa jurídica para fazer seus serviços.

Em busca de crescimento, a empresa planeja expandir seus produtos em três áreas: crédito, serviços para contas MEI e ofertas e ferramentas de investimentos. “Nosso cartão de crédito tem apenas um ano e meio de existência e é possível agregar novas coisas a ele”, explica Daniel Mazini, diretor de operações da empresa, que passou os últimos 10 anos como chefe de varejo na Amazon.

Em relação ao MEI, Mazini explica que será possível avançar do estágio de educação financeira para serviços – a ideia é ajudar os microempreendedores que antes tinham que recorrer a uma conta de pessoa jurídica para fazer seus serviços.

Segundo Carol Oksman, responsável pelos talentos da empresa, a Neon focará no desenvolvimento dos atuais funcionários, no aumento de engajamento de quem já está lá e na atração de novos nomes. As contratações poderão incluir pessoas que não moram em São Paulo, mas que poderão trabalhar remotamente. Recentemente, o primeiro funcionário que mora fora do Brasil foi contratado.

Fonte: MSN