Nesta semana, o Banco Central decidirá sobre a taxa Selic, com uma provável elevação para, no mínimo, 10,75%, em relação aos atuais 10,50%. A possível mudança já foi amplamente antecipada pelo futuro presidente do BC, Gabriel Galipolo, e pelo atual, Roberto Campos Neto, semanas antes da reunião do Comitê de Política Monetária marcada para esta quarta-feira 18/09.

Apesar das expectativas, ainda persiste a dúvida sobre o principal objetivo do comitê ao iniciar um ciclo de alta da taxa de juros: reforçar a credibilidade do BC ou assegurar o cumprimento da meta de inflação de 3%.

A opinião predominante é que ambos os fatores são relevantes, mas há divergências sobre a intensidade do ajuste, a comunicação da decisão e os próximos passos.

No cenário econômico, a pressão sobre os preços aumentou devido ao robusto crescimento da atividade econômica e ao mercado de trabalho aquecido.

O câmbio enfrentou uma forte desvalorização recentemente, e, mesmo com a expectativa de redução dos juros nos Estados Unidos, o dólar tem encontrado resistência para se desvalorizar abaixo dos R$ 5,50.

As expectativas de inflação estão desancoradas, ou seja, acima dos 3% por pelo menos três anos, além do horizonte relevante de 18 meses considerado pelo Copom.

De acordo com o modelo do BC e as análises dos economistas, um aumento da taxa de juros seria necessário para garantir a convergência para a meta.

Alguns especialistas acreditam que o Copom poderia aguardar um pouco mais para confirmar a necessidade de ajuste na Selic, a fim de evitar uma desaceleração econômica indesejada.

No aspecto político, a pressão é distinta: Existe uma preocupação de que o BC sob a presidência de Lula, com diretores indicados pelo petista a partir do próximo ano, possa se mostrar leniente com a inflação e ceder às pressões do governo para reduzir os juros. As dúvidas sobre o compromisso com as contas públicas também impactam as expectativas de inflação.



Selic: Impactos da troca de comando

A primeira reação foi observada nos juros futuros, que subiram, refletindo expectativas de altas contínuas da Selic, chegando a 12% em 2025. Economistas demoraram a apoiar o ajuste, mas acabaram convencidos pelos dados da atividade econômica e pela deterioração das contas públicas, exacerbada pela volta da contabilidade criativa.

Após um ano e meio criticando Roberto Campos Neto, o presidente Lula escolheu Gabriel Galipolo para assumir o BC. Galipolo, que sempre foi o favorito e estava há um ano na diretoria de Política Monetária, agora se prepara para a promoção.

Para acalmar o mercado, Galipolo deu o primeiro sinal de que os juros voltariam a subir. No entanto, ele foi corrigido por Campos Neto, gerando uma nova falha de comunicação do BC e causando ruído nos mercados financeiros. O presidente Lula, por sua vez, manifestou que “se precisar subir o juro, tudo bem”.

Com a reunião do Copom se aproximando, as expectativas estão ajustadas para um novo ciclo de alta da taxa de juros, começando na próxima quarta-feira.

Qualquer decisão diferente poderá desencadear uma nova crise de credibilidade do BC, pois o fundamento econômico já não é suficiente para garantir as escolhas do comitê.

Com a troca de comando a poucos meses, o BC terá dois presidentes atuando em conjunto, o que pode tornar a transição técnica e pouco tumultuada. A decisão do Copom, o comunicado oficial e a reação do governo e do PT serão indicadores cruciais para calibrar a futura gestão da política monetária.

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Fonte: IstoéDinheiro