A projeção dos analistas para a inflação de 2024 foi revista para baixo, enquanto as expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro mantiveram uma tendência de alta. Esses dados foram divulgados nesta segunda-feira, 25, no Relatório Focus do Banco Central, que reúne as estimativas de economistas do mercado financeiro.
De acordo com o Relatório Focus, a mediana das previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 aponta para um fechamento em 4,60%, reforçando a desaceleração esperada no índice. Em 2025, porém, as projeções sugerem um IPCA de 4,34%, valor próximo ao teto da meta, que é de 4,50%. A meta será contínua a partir de 2025, e sua avaliação será feita com base no IPCA acumulado em 12 meses.
Nos últimos dias úteis, as revisões para 2025 foram ligeiramente ajustadas, com a mediana passando de 4,12% para 4,34%. Apesar disso, a inflação esperada para 2026 segue distante do centro da meta, com a previsão subindo de 3,70% para 3,78%, enquanto para 2027 o índice aumentou marginalmente de 3,50% para 3,51%. Esses ajustes refletem o desafio do Banco Central em alinhar a inflação às metas estabelecidas, especialmente em um cenário de política monetária mais rígida.
Impacto da inflação nas políticas monetárias
O Comitê de Política Monetária (Copom) definiu o segundo trimestre de 2026 como o horizonte relevante para a política monetária. Nesse cenário, espera-se que a inflação medida pelo IPCA atinja 3,60%, considerando uma taxa Selic de acordo com o relatório e um dólar iniciando em R$ 5,75.
Além disso, a inflação em 2024 deverá continuar sendo uma referência importante para o Copom, com uma projeção oficial de 4,60% até o final do ano. Esse movimento busca equilibrar a trajetória dos preços em um ambiente econômico de alta volatilidade.
Crescimento do PIB mantém tendência de alta
Enquanto a inflação apresenta uma trajetória de desaceleração para 2024, as estimativas para o PIB mantêm uma tendência positiva. A mediana das previsões do relatório apontou para um crescimento de 3,17% em 2024, uma revisão para cima em comparação aos 3,10% previstos na semana anterior. Um mês atrás, essa mesma previsão estava em 3,08%, indicando uma perspectiva otimista para a economia brasileira.
Para 2025, o crescimento estimado é de 1,95%, mantendo uma trajetória de estabilidade em comparação com os meses anteriores. Nos anos seguintes, 2026 e 2027, as previsões de crescimento permanecem em 2,0%, alinhadas a uma perspectiva de médio prazo mais conservadora.
Expectativas para taxa Selic e câmbio
A mediana das projeções para a taxa Selic no final de 2024 permanece em 11,75%, pela oitava semana consecutiva, confirmando a expectativa de aumento nos juros básicos da economia. Em 2025, a taxa esperada subiu de 12,00% para 12,25%, refletindo uma expectativa de espaço limitado para cortes significativos ao longo do próximo ano.
No mercado de câmbio, a projeção para o dólar subiu de R$ 5,60 para R$ 5,70 no final de 2024. Para 2025, a expectativa é de R$ 5,55, enquanto em 2026 e 2027 o valor deve atingir R$ 5,50, mostrando uma estabilidade relativa nas previsões de longo prazo.
Desafios para controlar a inflação
Controlar a inflação e manter o crescimento econômico equilibrado continua sendo o maior desafio para o Banco Central. Com a meta de inflação mais rigorosa a partir de 2025, qualquer desvio acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos poderá exigir medidas corretivas mais incisivas.
Ao mesmo tempo, a trajetória esperada para os juros e o câmbio reflete a cautela do mercado em relação ao cenário macroeconômico. A combinação de inflação mais alta com crescimento moderado reforça a necessidade de políticas fiscais e monetárias coordenadas para garantir um equilíbrio sustentável.
Fonte: O Dia.
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