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A produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira voltou a cair no segundo trimestre de 2024, ainda que de maneira mais moderada, conforme revela a Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a pesquisa Produtividade na Indústria, o indicador recuou 0,3% entre abril e junho, após uma queda mais acentuada de 1,4% no primeiro trimestre do ano.

Este indicador mede a relação entre o volume produzido pelo setor e o número de horas trabalhadas. No segundo trimestre, a produção industrial registrou um aumento de 0,9%, enquanto as horas trabalhadas subiram 1,3%. Apesar desse aumento no esforço de trabalho, a leve queda na produtividade de 0,3% foi considerada um sinal de estabilidade pela CNI.

A Confederação Nacional da Indústria explica que a produção manteve um ritmo constante de crescimento no período, enquanto o número de horas trabalhadas cresceu, mas a um ritmo menor em comparação com os meses anteriores. Esse comportamento, segundo a CNI, reforça a ideia de que a produtividade no setor se estabilizou após uma queda mais brusca no início do ano.

Perspectivas de melhorias na produtividade da indústria

Se a produtividade for medida pelo número total de trabalhadores, em vez das horas trabalhadas, o cenário parece mais positivo. Nesse caso, o indicador apresentou uma alta de 0,4% no segundo trimestre de 2024, sendo este o melhor resultado desde o segundo trimestre de 2022, de acordo com a CNI.

A expectativa para os próximos trimestres é otimista. Segundo a CNI, há uma tendência de aumento da produtividade conforme os ciclos de treinamento dos trabalhadores recém-contratados sejam concluídos. Além disso, as recentes iniciativas do governo federal voltadas à modernização da indústria também devem contribuir para a melhora do cenário produtivo.

Entre as medidas mais relevantes está o eixo Indústria Mais Produtiva, parte do Plano Mais Produção, que oferece linhas de financiamento para as empresas que buscam investir em modernização tecnológica e infraestrutura. Outro ponto de destaque é a nova lei de depreciação acelerada, que foi regulamentada recentemente e permite que as empresas amortizem seus investimentos em um ritmo mais rápido, promovendo maior capacidade de reinvestimento.

Essas iniciativas visam criar um ambiente mais favorável para a indústria brasileira, facilitando a alavancagem de novos investimentos e promovendo avanços tecnológicos que impactam diretamente a produtividade.

Histórico da produtividade

Nos últimos dez anos, a produtividade na indústria brasileira tem enfrentado oscilações. Entre 2013 e 2023, o setor acumulou uma queda de 1,2% em sua produtividade. Essa queda reflete uma redução de 16,5% nas horas trabalhadas e uma queda ainda maior de 17,4% no volume de produção, com o declínio mais acentuado ocorrendo nos últimos cinco anos.

No entanto, durante a primeira metade da década, até 2018, a indústria apresentou um crescimento acumulado de 7,1% na produtividade. Esse ganho, contudo, foi anulado por uma queda de 7,8% na segunda metade da década. De acordo com a CNI, a retração da demanda interna, combinada com os altos juros, prejudicou o setor, limitando os investimentos necessários para que a indústria se modernizasse e aumentasse sua competitividade.

A Confederação Nacional da Indústria destaca que as condições econômicas recentes têm sido mais favoráveis para a retomada do crescimento, com destaque para a queda nos juros e os incentivos governamentais. Estes fatores podem ser determinantes para uma nova fase de expansão produtiva no setor.

A produtividade no setor apresentou uma leve queda no segundo trimestre de 2024, mas as perspectivas são de melhora, especialmente com o apoio das políticas públicas voltadas para a modernização industrial. Com o fim dos ciclos de treinamento de novos trabalhadores e os incentivos para modernização, espera-se que o setor retome o crescimento produtivo e melhore seus índices de competitividade global.

A retomada do crescimento do setor industrial será fundamental para o desenvolvimento econômico do Brasil, criando oportunidades de emprego, inovação e maior geração de valor agregado aos produtos nacionais.

Fonte: Agência Brasil.

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