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O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro apresentou nova queda no segundo trimestre de 2024, com uma retração de 1,28%. Esse desempenho negativo segue a tendência de desaceleração já observada nos primeiros meses do ano, resultando em uma perda acumulada de 3,5% no ano. Os dados foram divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

De acordo com os pesquisadores do Cepea, a principal causa desse declínio no PIB do agronegócio está na redução dos preços praticados no setor, tendência que se iniciou no ano anterior. Essa queda generalizada nos preços tem afetado tanto o ramo agrícola quanto o ramo pecuário, que registraram decréscimos de 1,22% e 1,20%, respectivamente, no segundo trimestre.

Outro fator que contribuiu para o resultado negativo do agronegócio foi a projeção de uma safra menor em 2024 para importantes culturas agrícolas, como milho, soja e trigo. Esses produtos, que compõem o segmento primário do agronegócio, acumulam uma queda expressiva de 5,11% no primeiro semestre de 2024. A menor produção, somada aos preços em declínio, comprometeu significativamente o desempenho do setor.

Queda no segmento de insumos

Além das atividades primárias, o segmento de insumos do agronegócio também registrou uma retração acentuada no primeiro semestre de 2024. O PIB desse segmento caiu 8,13%, com destaque para o recuo de 11% no ramo agrícola. Essa redução reflete os resultados das indústrias de insumos essenciais para a produção, como fertilizantes, defensivos agrícolas e máquinas agrícolas, que tiveram seus resultados pressionados tanto pela queda nos preços dos produtos quanto pela menor demanda.

De acordo com o Cepea, a redução nos insumos agrícolas é particularmente preocupante, pois afeta diretamente a capacidade produtiva do setor. Com menor investimento em fertilizantes e defensivos, a produtividade tende a diminuir, agravando ainda mais a retração no PIB do agronegócio.

Desempenho positivo no ramo pecuário

Apesar da retração no segundo trimestre, o ramo pecuário ainda apresentou um crescimento semestral de 0,5% em 2024. Esse desempenho positivo foi impulsionado pelos bons resultados nos segmentos agroindustrial e de agrosserviços, que registraram aumentos de 5,29% e 3,78%, respectivamente, no acumulado do ano.

A indústria agropecuária brasileira tem se beneficiado da demanda consistente por produtos de origem animal, tanto no mercado interno quanto nas exportações. O aumento da produção de carne e outros produtos derivados tem sustentado o crescimento do ramo pecuário, mesmo diante da pressão sobre os preços e a produção agrícola.

Para o ano de 2024 como um todo, a previsão do Cepea/USP e da CNA é de uma retração de 6,8% no PIB total do agronegócio, o que representaria um valor de R$ 2,5 trilhões, em comparação com os R$ 2,68 trilhões registrados em 2023. Esse desempenho está diretamente ligado à redução da produção agrícola e à continuidade da queda nos preços dos principais produtos.

Com base nessa projeção, o PIB do agronegócio em 2024 deverá ser dividido entre R$ 1,74 trilhão no ramo agrícola e R$ 759,82 bilhões no ramo pecuário, ambos calculados a preços do segundo trimestre de 2024.

Participação do agronegócio na economia brasileira

Em termos de participação na economia brasileira, espera-se que o setor do agronegócio represente 21,8% do PIB nacional em 2024, uma queda significativa em relação aos 24,0% registrados em 2023. Essa diminuição reflete tanto o desempenho negativo do agronegócio quanto a recuperação de outros setores da economia brasileira.

Apesar das dificuldades enfrentadas em 2024, o agronegócio brasileiro continua sendo uma das principais forças motrizes da economia, desempenhando um papel essencial no abastecimento interno e nas exportações. No entanto, a retração nos preços e a menor produção agrícola exigem atenção redobrada do setor para enfrentar os desafios e manter sua relevância no cenário econômico nacional.

Fonte: Money Times.

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