O Brasil registrou, no último mês de setembro, a abertura de 349,5 mil novos pequenos negócios. Esse número representa 96% de todos os CNPJs criados nesse período e é 17% superior ao total de micro e pequenas empresas (MPEs) abertas em setembro do ano passado. É o que aponta um levantamento do Sebrae, realizado a partir de dados divulgados pela Receita Federal. Os pequenos negócios estão, sem dúvida, moldando a paisagem empresarial do Brasil.
Somente em 2024, segundo o estudo, foram criados no Brasil 3,3 milhões de novas empresas. Desse universo, aproximadamente 3,2 milhões eram MEIs, ou seja, pequenos negócios, que correspondem a 96% do total de aberturas de empresas. Esses números destacam a relevância crescente dos pequenos negócios no cenário econômico brasileiro e evidenciam uma tendência de empreendedorismo que não mostra sinais de desaceleração.
Para o presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, os dados da pesquisa confirmam o bom momento da economia brasileira. “Com a política econômica que o País está protagonizando, a abertura dos pequenos negócios está sendo recorde. É um conceito que não tem mais volta; a economia é global. O crédito agora não é mais de poucos, é viável para fazer escala e dar oportunidades. E a popularização do crédito será representativa para a manutenção de mais empregos e renda”, afirma. Essa democratização do crédito tem sido fundamental para que novos pequenos negócios possam florescer.
Ele acrescenta que ações para melhorar o acesso ao crédito, elevar a competitividade e ampliar a presença das MPEs no mercado externo têm estimulado os brasileiros a abrirem novas empresas ou a retirar seus negócios da informalidade. Segundo Décio, com o apoio de políticas públicas, os empreendedores têm contribuído para a geração recorde de empregos, levando o Brasil a um estágio próximo do pleno emprego. Este ambiente favorável é vital para a sustentabilidade e o crescimento dos pequenos negócios.
Setores em destaque para pequenos negócios
Os setores que lideraram a abertura de novos CNPJs em setembro foram serviços (com 222 mil novas empresas ou 61% do total), comércio (81 mil novos CNPJs ou 22%) e indústria (27 mil empresas ou 8%). Entre os microempreendedores individuais (MEIs), os segmentos que mais se destacaram em setembro foram atividades de publicidade (17 mil), transporte rodoviário de carga (16 mil) e cabeleireiros e beleza (15,6 mil). Esses números indicam uma forte presença de pequenos negócios em diversos setores.
No que diz respeito aos pequenos negócios, as atividades que estiveram à frente na abertura de novas empresas foram as de atenção ambulatorial (4 mil), serviços combinados de escritório e apoio administrativo (4 mil), e restaurantes e estabelecimentos de alimentação e bebidas (3,6 mil). Essa diversidade de setores demonstra a adaptabilidade e a inovação presentes entre os novos empreendedores.
Além disso, a pesquisa Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor – GEM 2023), realizada pelo Sebrae em parceria com a Associação Nacional de Estudos e Pesquisas em Empreendedorismo (Anegepe), revela que “fazer a diferença no mundo” é a principal motivação dos empreendedores brasileiros. O desejo de contribuir positivamente para a sociedade é um motor poderoso para os pequenos negócios.
A mesma pesquisa mostra que “ter o próprio negócio” é um dos três principais sonhos do brasileiro, perdendo apenas para “viajar pelo Brasil” e “comprar a casa própria”. Além disso, 61% dos empreendedores que iniciam um negócio o fazem por enxergar uma oportunidade. Em 2020, metade dos empreendedores começava seu empreendimento por necessidade. Esta mudança nas motivações evidencia uma evolução no perfil do empreendedor brasileiro, que se mostra mais ousado e confiante em suas iniciativas.
Os dados apresentados refletem um cenário otimista para os pequenos negócios no Brasil, evidenciando o potencial de crescimento e a importância dessas empresas para a economia nacional. À medida que mais brasileiros se aventuram no empreendedorismo, o futuro dos pequenos negócios parece cada vez mais promissor. Se as tendências atuais se mantiverem, é provável que os pequenos negócios continuem a desempenhar um papel central na recuperação e no desenvolvimento econômico do Brasil.
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