A Petz (PETZ3) foi fundada em 2002 e é uma varejista brasileira especializada no fornecimento de produtos e serviços para animais de estimação. Com mais de 110 lojas em 14 estados brasileiros, a empresa fez um IPO (oferta pública inicial) na bolsa na última quarta-feira (09) e teve a maior captação do ano em uma abertura de capital: R$ 3,03 bilhões movimentados, considerando os lotes extras.

No IPO, a demanda superou a oferta em seis vezes, e o preço por ação foi fixado em 13,75 reais, no meio da faixa indicativa, entre 12,25 reais e 15,25 reais. Warburg Pincus, um fundo de private equity norte-americano anteriormente controlador, passa a ser acionista minoritário da empresa, com 5% das ações. O fundador da rede, Sérgio Zimerman, retomou a maioria com 35% de participação.

O debut na B3 acontece nessa nesta sexta-feira (11) dentro do Novo Mercado que reúne empresas com os mais elevados padrões de governança corporativa. Cerca de 80% dos recursos arrecadados com a oferta inicial de ações serão usados ​​para abrir novas lojas de animais e hospitais, e os 20% restantes serão usados ​​para tecnologia e investimento digital.

Números da Petz

Por fazer parte de um setor visto como essencial, a varejista não sofreu muito com os impactos da pandemia. No primeiro semestre de 2020, o lucro líquido foi de R$ 22,1 milhões, frente aos R$ 3,1 milhões obtidos no mesmo período do ano passado – um crescimento na ordem de 619,6%.

É importante notar que o resultado do semestre de 2020 encosta no lucro líquido anual de 2019, fixado em R$ 23,6 milhões. Além disso, a receita líquida da companhia e o EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) cresceram a uma taxa anual média de 32,6% e 88,8% entre 2015 e 2019, alcançando R$986 milhões e R$115 milhões no período.

O Brasil tem atualmente cerca de 141,6 milhões de animais de estimação, segundo a Associação Brasileira de Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Em ordem de grandeza, o País também seria o quarto maior mercado para pets no mundo, com movimentação anual na casa dos R$ 22 bilhões.

Desafios no caminho

Apesar dos pontos positivos destacados pelos especialistas, a Petz também tem alguns desafios no caminho. Na opinião de Tiago Reis, analista-chefe e fundador da Suno Research, a companhia vai precisar de disciplina para crescer de uma maneira saudável, mantendo margens de lucro boas e alta rentabilidade sobre o capital aplicado.

“A empresa já tem 69 lojas em São Paulo, sendo assim, a expansão tende a acontecer em outras regiões do País, o que traz um risco adicional de execução, considerando que o único centro de distribuição da Petz é localizado justamente em São Paulo”, afirma o especialista. Esse fato deve exigir investimento em logística e, consequentemente, do caixa da companhia.

Investir na Petz é um bom negócio?

Para os especialistas consultados pelo E-Investidor, comprar PETZ3 pode ser um bom negócio, principalmente pela perspectiva de crescimento acelerado nos próximos anos. “Quando você olha alguns indicadores sobre como os consumidores avaliam as empresas, a Petz é disparada a melhor”, diz Luiz Claudio Dias Melo, sócio-diretor da divisão de varejo da consultoria 360º Varejo.

Na opinião de Reis, da Suno Research, a ação é uma boa aposta, mas o investimento deve ser acompanhado. “Não é um case de investimento simples, daqueles que se pode comprar e esquecer, pois é preciso se certificar ao longo do tempo que a companhia reporta o crescimento esperado”, afirma. “Porém, estamos confiantes de que ela será capaz de capturar o avanço do setor pets no Brasil.”

Fonte: Estadão