O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira (14) que, caso os Estados Unidos adotem medidas protecionistas contra o Brasil, seu governo responderá com ações recíprocas. A afirmação reforça a posição do líder brasileiro diante das recentes mudanças na política econômica norte-americana.
Em entrevista à Rádio Clube do Pará, Lula enfatizou que sua relação com o presidente dos EUA, Donald Trump, é inexistente. Segundo ele, desde a posse do republicano em 20 de janeiro, os dois não tiveram qualquer tipo de diálogo direto.
Lula e a relação diplomática com os EUA
Apesar da falta de contato entre os líderes, Lula destacou que as relações entre Brasil e Estados Unidos são construídas com base em laços históricos sólidos, que ultrapassam qualquer governo. “O que temos é um relacionamento entre o Estado brasileiro e o Estado norte-americano. São 200 anos de relações diplomáticas. O Brasil reconhece a importância dos EUA e queremos que esse reconhecimento seja mútuo”, afirmou.
O presidente também minimizou a ausência de um relacionamento pessoal com Trump e reforçou a importância de manter uma relação institucional entre os dois países. “Se Donald Trump cuidar dos EUA e eu cuidar do Brasil, tudo estará bem”, declarou Lula, deixando claro seu posicionamento estratégico frente às políticas protecionistas norte-americanas.
Preocupação com o protecionismo e a democracia
Lula expressou preocupação com a mudança de postura dos EUA em relação ao comércio global. Segundo ele, o discurso atual do governo norte-americano diverge das práticas adotadas pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, quando o país se posicionou como um dos principais defensores do livre mercado e da democracia.
“Depois da 2ª Guerra Mundial, os EUA se tornaram uma espécie de patrono da democracia no mundo. Assumiram essa posição, mas agora parece que o discurso mudou e que a democracia não tem mais a mesma relevância. Eles que sempre defenderam o mercado livre agora estão adotando políticas protecionistas. E isso me preocupa, pois o que está em risco no mundo é a própria democracia”, afirmou Lula.
O impacto das decisões norte-americanas no Brasil
As medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos podem impactar diretamente a economia brasileira, especialmente setores voltados à exportação. Lula reforçou que seu governo está atento a possíveis sanções ou restrições comerciais que possam prejudicar a indústria nacional.
“O Brasil não aceitará ser prejudicado por políticas unilaterais. Se os EUA impuserem barreiras ao nosso comércio, responderemos à altura. Nosso compromisso é com a soberania e o desenvolvimento econômico do Brasil”, afirmou o presidente.
Lula reforça necessidade de diálogo internacional
Para evitar conflitos econômicos, Lula defende o fortalecimento do diálogo entre as nações e a busca por acordos comerciais que beneficiem ambos os lados. Segundo ele, é essencial que as grandes potências respeitem as regras do comércio global e evitem medidas que possam prejudicar economias emergentes como a brasileira.
“A diplomacia sempre será nossa primeira opção. Mas, se necessário, tomaremos medidas para proteger nossos interesses. O Brasil precisa ser respeitado e tratado como um parceiro estratégico”, concluiu Lula.
Com um cenário global em constante mudança, as declarações do presidente evidenciam a necessidade de monitorar atentamente as relações comerciais e políticas entre Brasil e Estados Unidos. A resposta do governo brasileiro às possíveis medidas norte-americanas será fundamental para definir o rumo da economia nacional nos próximos anos.
Fonte: Reuters e InfoMoney.
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