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A Shell e a Equinor anunciaram, nesta quinta-feira (5), a formação de uma joint venture de petróleo e gás no Reino Unido, com a fusão de seus ativos no Mar do Norte britânico. A parceria, com divisão igualitária de 50% para cada empresa, será sediada em Aberdeen, na Escócia, e tem como objetivo otimizar recursos e investimentos, além de possibilitar a redução de custos e uma posição fiscal mais vantajosa. Com isso, a nova empresa visa aumentar a lucratividade dos ativos da bacia.

A joint venture de petróleo e gás, fruto da colaboração entre Shell e Equinor, traz benefícios tanto para as empresas quanto para o setor de energia no Reino Unido. Ambas as companhias esperam que a produção combinada atinja entre 200 mil e 220 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) nos próximos cinco anos, um aumento significativo em relação à produção atual de 140 mil boed. Isso será possível com a entrada em operação de novos projetos, incluindo o desenvolvimento de petróleo Rosebank, um dos maiores reservatórios da região.

De acordo com Philippe Mathieu, chefe de produção internacional de petróleo e gás da Equinor, a criação da joint venture vai permitir que as duas empresas aproveitem as sinergias de seus campos e plataformas no Mar do Norte, garantindo um futuro sustentável para o setor, que continua sendo essencial para a economia britânica. A nova empresa se tornará a maior produtora independente da bacia, sem, no entanto, planos de realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO).

Impactos econômicos e fiscais

A joint venture de petróleo e gás não só representa uma nova fase para a Shell e a Equinor, como também reflete uma mudança na dinâmica do mercado do Mar do Norte. Nos últimos anos, empresas petrolíferas têm reduzido seus investimentos na região devido ao aumento dos custos e à introdução de um imposto sobre lucros extraordinários pelo governo britânico, o que pressionou ainda mais os players do setor. Além disso, a produção de petróleo e gás na bacia caiu significativamente desde o pico de 4,4 milhões de boed no início do milênio, o que torna essa nova joint venture uma tentativa estratégica de prolongar a vida útil da infraestrutura existente.

Ambas as empresas têm fortes operações no Reino Unido, com a Equinor produzindo atualmente cerca de 38 mil boed por dia e a Shell mais de 100 mil boed. A parceria permitirá que elas compartilhem ativos importantes, como os campos de Mariner, Rosebank e Buzzard, pela Equinor, e Shearwater, Penguins, Jackdaw, Victory, entre outros, pela Shell. Além disso, a joint venture também incluirá novas licenças de exploração, o que ampliará ainda mais o alcance da parceria.

Benefícios e futuro da joint venture no setor energético

O principal benefício dessa joint venture de petróleo e gás será a maior eficiência operacional e a redução de custos, algo fundamental para o setor de energia no Reino Unido. Mathieu, da Equinor, enfatizou que a nova empresa se beneficiará de vantagens fiscais e estará bem posicionada para lidar com as realidades do mercado de energia, principalmente em um momento de transição para fontes de energia mais sustentáveis. Além disso, a joint venture tem o potencial de continuar atraindo investimentos no Mar do Norte, estimulando o desenvolvimento de novos projetos e a criação de empregos.

A Shell e a Equinor também manterão ativos independentes fora dessa joint venture. A Equinor continuará a gerenciar seus projetos de energia renovável offshore e de captura e armazenamento de carbono, enquanto a Shell manterá sua participação em projetos eólicos flutuantes em desenvolvimento. Esse equilíbrio entre ativos tradicionais e renováveis demonstra a estratégia das empresas em se adaptar às mudanças do mercado energético global.

Com o avanço dessa joint venture, as duas gigantes do setor de energia reforçam seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade no Reino Unido, ao mesmo tempo em que buscam maximizar a rentabilidade e a longevidade dos seus ativos no Mar do Norte.

Fonte: Forbes.

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