Categoria(s) do post: Geral

O Itaú BBA deu um passo estratégico ao anunciar sua entrada no mercado de fusões e aquisições (M&As) voltado para o setor esportivo. A iniciativa inclui a criação de uma área exclusiva para explorar oportunidades em Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs), naming rights e direitos de transmissão de partidas, além de avaliar outros esportes promissores no Brasil. Essa movimentação posiciona o Itaú BBA como concorrente direto de players como XP e BTG Pactual, que até então lideravam esse mercado.

Estratégia do Itaú BBA no setor de esportes

A estruturação dessa nova área no Itaú BBA já começa com contratações de peso. Guilherme Ávila, ex-sócio da XP e responsável por liderar a área de esportes e entretenimento da empresa, foi a primeira adição ao time. Ávila desempenhou papel crucial em negociações de SAFs como as do Botafogo, Coritiba e Cruzeiro.

Enquanto XP e BTG Pactual seguem protagonizando os principais negócios do futebol brasileiro — como a estruturação das SAFs do Cruzeiro (XP) e Atlético-MG (BTG Pactual) — o Itaú BBA busca um diferencial. A atuação do banco não se limitará ao futebol, mas explorará também outras modalidades esportivas e novas oportunidades em naming rights e transmissões.

Crescimento das SAFs e impacto econômico

Com a transformação de clubes em sociedades empresariais, o mercado esportivo tem ganhado ainda mais relevância econômica. De acordo com um estudo da EY e da Confederação Brasileira de Futebol, o futebol sozinho movimenta mais de R$ 52,9 bilhões anuais, representando 0,72% do PIB nacional.

As SAFs, modelo adotado por 63 clubes brasileiros, exemplificam como o mercado esportivo está se profissionalizando. Um caso recente foi o da Portuguesa, que aprovou uma proposta de R$ 1 bilhão liderada pela Tauá Partners, Revee e XP, mirando o retorno à Série A em até cinco anos.

Naming rights e novos formatos de transmissão

Outra vertente em expansão no Brasil são os naming rights. Exemplos notáveis incluem o Allianz Parque (Palmeiras), Neo Química Arena (Corinthians) e Arena BRB Mané Garrincha (Brasília). Além disso, inovações como o MorumBIS — fruto de um contrato milionário de R$ 75 milhões com a marca de chocolates Bis — mostram o potencial do setor.

Já os direitos de transmissão estão se diversificando com plataformas digitais. O acordo entre a Cazé TV e o Campeonato Brasileiro, garantindo transmissões entre 2025 e 2027, é um exemplo de como streamings e canais do YouTube estão remodelando o mercado.

Com a entrada no segmento esportivo, o Itaú BBA busca reforçar sua presença no mercado de M&As. Embora os bancos comerciais de crédito tenham visto sua participação cair de 54,3% para 49,3% entre 2018 e 2024, o Itaú BBA enxerga no setor esportivo uma oportunidade de recuperação.

Boutiques e assessores independentes, que cresceram de 7% para 22,8% no mesmo período, ainda não dedicam atenção significativa ao mercado esportivo. Essa lacuna representa uma vantagem estratégica para o Itaú BBA, que pretende se consolidar como um dos principais players na área.

A decisão do Itaú BBA de investir no mercado esportivo é estratégica, considerando o potencial de crescimento das SAFs, naming rights e novos formatos de transmissão. Com a estruturação dessa nova área, o banco se posiciona para competir de forma agressiva com XP e BTG Pactual, explorando um segmento em ascensão no Brasil e reafirmando sua relevância no mercado de fusões e aquisições.

Fonte: NeoFeed.

Quer se manter atualizado? Acompanhe o Morning Call, nosso boletim diário transmitido ao vivo pelo Instagram e YouTube do Grupo Studio, de segunda a sexta-feira, às 9h.