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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, apresentou um aumento de 0,56% em outubro deste ano. O índice, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra uma aceleração em relação ao mês anterior, que registrou 0,44%, e ao mesmo período de 2023, que teve uma taxa de 0,24%. Este avanço na inflação reflete uma pressão contínua sobre o custo de vida dos brasileiros, impactando diretamente os gastos em diversas áreas, especialmente habitação e alimentação.

Com o resultado de outubro, o IPCA acumula uma inflação de 4,76% nos últimos 12 meses. Esse valor ultrapassa o teto da meta anual de inflação de 4,5% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), mostrando que o cenário inflacionário permanece desafiador. Nos dez primeiros meses de 2024, o IPCA já acumula um aumento de 3,88%.

Setores que mais impactaram a inflação em outubro

A inflação em outubro foi impulsionada principalmente pelos aumentos nos grupos de despesas de habitação e alimentação. Esses setores refletem os itens de consumo básico dos brasileiros, sendo afetados tanto por fatores sazonais quanto por variáveis específicas, como o regime de bandeiras tarifárias na energia elétrica e a oferta limitada de carnes devido a questões climáticas e de exportação.

O grupo de despesas com habitação apresentou uma alta significativa, com os preços subindo 1,49% em outubro. Esse aumento foi impulsionado pelo avanço no custo da energia elétrica, que teve alta de 4,74% devido à aplicação da bandeira tarifária vermelha 2. Com essa bandeira, houve uma cobrança adicional de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos, pressionando as contas de luz das famílias.

No entanto, a partir de novembro, a bandeira tarifária foi alterada para amarela, o que trará certo alívio para o orçamento doméstico. Segundo o pesquisador do IBGE, André Almeida, essa mudança reduzirá o valor adicional para R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos. Apesar de outros componentes também influenciarem o valor da conta de luz, a troca de bandeira tarifária deverá contribuir para uma leve desaceleração da inflação nesse grupo no próximo mês.

Outro grupo que contribuiu fortemente para a inflação em outubro foi o de alimentação e bebidas, com um aumento de 1,06% nos preços. As carnes lideraram essa alta, com um crescimento expressivo de 5,81%. Entre os cortes com maiores aumentos estão o acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%).

André Almeida explicou que as carnes vêm acumulando um aumento de 8,95% desde setembro, influenciado por fatores climáticos, como uma seca prolongada, que reduziu a oferta de animais para abate. Além disso, o volume de exportações de carne neste ano está mais elevado do que no ano passado, o que restringe a disponibilidade no mercado interno e pressiona os preços para os consumidores brasileiros.

Além das carnes, outros itens de consumo básico também tiveram alta. O preço do tomate, por exemplo, subiu 9,82%, e o café moído teve um aumento de 4,01%. A combinação desses aumentos reflete uma pressão extra no orçamento das famílias, que já enfrentam custos elevados em outras categorias.

Apesar da pressão nos grupos de habitação e alimentação, o setor de transportes apresentou deflação de -0,38% em outubro, contribuindo para amenizar o impacto da inflação geral. Essa queda foi influenciada principalmente pelos preços das passagens aéreas, que recuaram 11,50%. Outros serviços de transporte também mostraram diminuição nos preços, como o trem (-4,80%), metrô (-4,63%), ônibus urbano (-3,51%), além dos combustíveis etanol (-0,56%), óleo diesel (-0,20%) e gasolina (-0,13%).

Essa deflação no grupo de transportes traz um alívio para o consumidor, principalmente em um cenário onde outros itens essenciais estão cada vez mais caros. O menor custo dos combustíveis, por exemplo, reflete-se no bolso de quem depende do transporte particular ou em serviços de transporte de mercadorias.

A inflação acumulada de 4,76% nos últimos 12 meses coloca o Brasil em uma situação de alerta, uma vez que o índice já está acima da meta estabelecida pelo CMN. Com a mudança da bandeira tarifária para amarela, espera-se uma redução na pressão sobre os preços de habitação em novembro, o que pode contribuir para desacelerar a inflação nos próximos meses.

No entanto, o comportamento dos preços de alimentos, principalmente das carnes, ainda deve ser monitorado. Fatores como a oferta restrita e o aumento das exportações devem continuar afetando os preços no mercado interno, mantendo a inflação elevada nesse setor específico.

Com o contexto inflacionário atual, o acompanhamento das variações no IPCA se torna fundamental para entender as tendências econômicas e seus impactos no poder de compra da população.

Fonte: Agência Brasil.

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