O agronegócio brasileiro no ano passado teve um avanço significativo na exportação de produtos industrializados, que representaram 77% do total exportado.
Esses dados são do Observatório Nacional da Indústria, uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria, que, por meio do Painel das Cadeias Agroindustriais, acompanha o cenário do setor e destaca vulnerabilidades e oportunidades para o mercado.
Outro dado relevante do estudo é que 50,7% do valor total das exportações do agronegócio foram de produtos industrializados. Ou seja, para cada US$ 100 exportados, US$ 50,7 vieram de produtos da indústria de transformação. Esse número reforça a importância da industrialização para o crescimento das exportações brasileiras no setor.
Além de liderar as exportações, a indústria também desempenha papel fundamental na produção agropecuária. Para cada R$ 1 gasto em insumos na cadeia produtiva agropecuária, R$ 0,83 foram destinados a produtos da indústria de transformação. A sinergia entre esses dois setores é essencial para a competitividade global do agronegócio brasileiro.
Por outro lado, para cada R$ 1 gasto na produção de bens manufaturados, a contribuição da agropecuária foi de R$ 0,08. Já no conjunto geral da economia, a agropecuária contribuiu com R$ 0,05 para cada R$ 1 gasto em bens e serviços, enquanto a indústria de transformação participou com R$ 0,43, e a indústria total com R$ 0,50.
A importância de produzir bens industrializados:
No que se refere às importações do setor agropecuário em 2023, os fertilizantes foram o insumo mais comprado, com gastos de aproximadamente US$ 14,6 bilhões. Na sequência, destacam-se os defensivos agrícolas (US$ 4,8 bilhões), máquinas, equipamentos e acessórios (US$ 2,5 bilhões) e sementes (US$ 146,4 milhões). Ao todo, foram gastos US$ 22,16 bilhões em bens e insumos industrializados importados, mostrando a grande dependência do agronegócio brasileiro em relação à indústria internacional.
Danilo Severian, especialista em políticas e indústria da CNI, enfatiza a importância de fortalecer a produção interna de bens manufaturados para o agronegócio. Segundo ele, o Brasil está perdendo oportunidades ao não produzir internamente muitos dos produtos que importa para o setor.
“A indústria é o coração do agronegócio no Brasil e no mundo. Para liderar uma agenda sustentável e de baixo carbono, precisamos agregar mais valor ao agro, o que se traduz em mais empregos, renda, preservação ambiental e tecnologia. E isso significa mais Brasil no cenário global”, afirma Severian.
O cenário, portanto, aponta para a necessidade de uma maior integração entre indústria e agronegócio no Brasil, com o objetivo de maximizar o potencial de ambos os setores e garantir o crescimento sustentável e competitivo no mercado internacional.
Quando o assunto é agronegócio, o Grupo Studio oferece soluções especializadas através da StudioAgro, nossa divisão focada em auxiliar o setor: