O segundo trimestre tende a ser marcado por alguma volatilidade nos dados econômicos do Brasil devido aos efeitos das inundações no Rio Grande do Sul.
No entanto, a resiliência da atividade econômica deve impedir reduções significativas nas estimativas para o PIB, mesmo com a perspectiva de um afrouxamento monetário menor do que o inicialmente esperado.
PIB no Primeiro Trimestre de 2024:
Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, divulgados recentemente, trazem otimismo. O crescimento de 0,8% nos três primeiros meses do ano reflete um bom desempenho da economia brasileira. Além disso, a expansão não está concentrada em um único setor, como ocorreu com a agropecuária em 2023, e o investimento mostrou sinais de recuperação.
Impacto das Inundações no Rio Grande do Sul
Embora as inundações no Rio Grande do Sul possam evitar que as projeções do PIB sejam revisadas para cima, também não se espera grandes cortes nas estimativas. O economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani, destaca que, mesmo diante de um cenário global complicado e da tragédia no Rio Grande do Sul, a economia deve crescer em torno de 2% este ano, o que é considerado um bom resultado.
O investimento foi um destaque no resultado do PIB do primeiro trimestre, com uma expansão de 4,1%. Apesar de ainda estar 15,1% abaixo do pico registrado no segundo trimestre de 2013, o crescimento dos investimentos indica uma tendência positiva.
Economistas da B.Side Investimentos, ressaltam que o crescimento dos investimentos sustenta a economia, mantendo a expectativa de expansão do PIB em 2% para este ano.
Política Monetária e Perspectivas para a Selic:
A política monetária continua no radar, especialmente com a diminuição das expectativas de cortes adicionais na taxa Selic. A pesquisa Focus revelou que o mercado espera apenas mais um corte de 0,25 ponto percentual na Selic este ano, possivelmente na reunião de política monetária deste mês. Alguns analistas até sugerem a manutenção do atual patamar de 10,50%.
O Banco Central tem expressado preocupações com o cenário fiscal, que podem estar influenciando as expectativas de inflação.
Luciano Rostagno, estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos, ressalta que essas preocupações fiscais e a desvalorização do real no segundo trimestre podem frear o crescimento econômico devido a condições de crédito mais apertadas e menor confiança empresarial.
Conclusão:
Em resumo, apesar dos desafios trazidos pela tragédia no Rio Grande do Sul e pelo cenário fiscal, a economia brasileira demonstra resiliência. O crescimento de 0,8% do PIB no primeiro trimestre, o aumento dos investimentos e uma perspectiva de crescimento anual em torno de 2% são sinais positivos. A política monetária, especialmente a taxa Selic, continuará a influenciar o desempenho econômico nos próximos meses.
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