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Com a reforma tributária em pauta, a sustentabilidade do Simples Nacional tem sido amplamente debatida. Especialistas apontam possíveis prejuízos que podem impactar profundamente micro e pequenas empresas, responsáveis por grande parte dos empregos formais no Brasil. Este artigo explora os principais desafios enfrentados pelos optantes do regime e as soluções propostas para mitigar os efeitos negativos das mudanças tributárias.

Reforma tributária e os riscos ao Simples Nacional

Um dos principais pontos de discussão em torno da reforma tributária é o risco de uma suposta “renúncia fiscal” relacionada ao Simples Nacional. Essa percepção pode levar a mudanças que comprometam a competitividade e a viabilidade de milhões de pequenos negócios no país.

Durante audiências públicas recentes, debatedores expressaram preocupação com o impacto da transição entre os modelos tributários propostos. Com a coexistência de dois sistemas durante a implementação da reforma, os custos operacionais podem tornar o regime simplificado menos atraente.

Segundo o Sebrae, o Simples Nacional abriga cerca de 6,4 milhões de empreendimentos, representando 92% das empresas brasileiras e gerando 52% dos empregos formais no setor privado. Esse dado ressalta a importância do regime para a economia nacional e o impacto potencial de mudanças abruptas.

A restrição à transferência de crédito é outro ponto que preocupa especialistas. De acordo com o texto atual da reforma, empresas optantes do Simples teriam menos acesso a créditos tributários em operações com fornecedores e clientes de outros regimes fiscais. Essa limitação pode levar os contribuintes a considerarem o regime regular, com impacto significativo na carga tributária e nos custos operacionais.

Uma alternativa proposta é a criação de um crédito presumido com alíquota fixa para optantes do Simples Nacional. Essa medida visaria reduzir os impostos a pagar, mantendo a competitividade dos pequenos negócios.

Simples Nacional: mais do que um benefício fiscal

É essencial lembrar que o Simples Nacional foi criado para simplificar processos e fomentar a formalização de micro e pequenas empresas, e não para gerar renúncias fiscais. As empresas optantes pagam impostos com base na receita bruta, contribuindo significativamente para a arrecadação tributária.

Dados da Receita Federal mostram que o regime inclui mais de 20 milhões de empresas e responde por aproximadamente 70% dos empregos formais no Brasil. Esses números destacam o impacto econômico e social do Simples Nacional e a necessidade de preservar sua eficácia.

Outro problema apontado é a alta inadimplência entre os microempreendedores individuais (MEIs). Em abril de 2024, 41,5% dos MEIs estavam inadimplentes, o segundo maior índice desde a pandemia de Covid-19.

Especialistas sugerem que a Receita Federal fortaleça suas ações de capacitação, oferecendo informações mais acessíveis e programas de educação fiscal. Isso pode ajudar os empreendedores a gerir melhor suas obrigações tributárias, reduzindo a inadimplência e fortalecendo a formalidade.

O futuro do Simples Nacional em um cenário de reforma

Caso a reforma tributária seja aprovada em sua forma atual, os optantes do Simples Nacional podem enfrentar dois cenários desafiadores:

  • Permanecer no regime, mas perder competitividade devido à redução de benefícios fiscais e operacionais.
  • Migrar para um regime híbrido, enfrentando uma carga tributária maior e mais complexidade burocrática.

Ambas as opções podem desestimular a formalização e enfraquecer a contribuição das micro e pequenas empresas ao crescimento do país.

O Simples Nacional desempenha um papel vital na economia brasileira, oferecendo suporte aos pequenos negócios e impulsionando a geração de empregos. Para garantir sua sustentabilidade, é fundamental que as discussões em torno da reforma tributária considerem as peculiaridades desse regime, promovendo ajustes que assegurem a competitividade e viabilidade dos empreendimentos.

Fonte: Contábeis.

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