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O estado de São Paulo reafirmou sua posição de liderança nas exportações agrícolas em 2024, registrando um crescimento expressivo de 11,2% entre janeiro e outubro, o que elevou o total exportado pelo setor para US$ 25,77 bilhões. Esse desempenho foi fundamental para um superávit de US$ 21,03 bilhões na balança comercial do agronegócio paulista, representando um aumento de 11,2% em relação ao ano anterior. As importações no setor agrícola, por sua vez, somaram US$ 4,74 bilhões, mantendo o saldo comercial robusto e reforçando a importância do setor para a economia do estado.

Os dados foram levantados pelo coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Carlos Nabil Ghobril, em conjunto com os pesquisadores José Alberto Ângelo e Marli Dias Mascarenhas Oliveira, do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), que é vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Exportações agrícolas impulsionam a economia paulista

Entre janeiro e outubro de 2024, o setor agrícola representou 43,6% das exportações totais do estado de São Paulo. Em contraste, os demais setores da economia paulista, excluído o agronegócio, apresentaram um déficit de US$ 26,13 bilhões, com exportações somando US$ 33,27 bilhões e importações alcançando US$ 59,40 bilhões. Esse contraste entre o agronegócio e os demais setores evidencia a importância das exportações agrícolas para o estado, que desempenham um papel essencial na redução do déficit da balança comercial. “O agronegócio tem sido uma âncora econômica para São Paulo, equilibrando o comércio exterior e atenuando os impactos do déficit em outros setores”, observa Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.

O crescimento das exportações agrícolas paulistas também colocou o estado em uma posição de destaque nacional. Pelo segundo mês consecutivo, São Paulo manteve a liderança nas exportações de produtos agropecuários no Brasil, com uma participação de 18,4% do total nacional entre janeiro e outubro de 2024. Esse desempenho superou Mato Grosso, estado que tradicionalmente lidera a balança comercial do setor, com uma participação de 16,9% no mesmo período.

São Paulo se destacou principalmente em setores específicos, como o de sucos, onde foi responsável por 83,7% das exportações nacionais, o complexo sucroalcooleiro (63,1%), e produtos alimentícios diversos (73,9%). Esses números ressaltam não apenas a diversidade do agronegócio paulista, mas também a capacidade do estado de suprir a demanda internacional em produtos de alto valor agregado, como sucos e açúcar, que possuem mercados bem estabelecidos no exterior.

A balança comercial do agronegócio brasileiro

No contexto nacional, as exportações agrícolas também registraram crescimento, embora mais modesto. As exportações do agronegócio brasileiro tiveram uma leve alta de 0,3% no período analisado, atingindo US$ 140,02 bilhões, valor que corresponde a 49,3% das exportações totais do Brasil. Por outro lado, as importações do setor cresceram 17,2%, somando US$ 16,24 bilhões e representando 7,3% das importações nacionais.

Apesar do leve crescimento nas exportações agrícolas brasileiras, o saldo da balança comercial do agronegócio foi positivo, com um superávit de US$ 123,78 bilhões entre janeiro e outubro de 2024. Esse superávit, no entanto, representa uma ligeira queda de 1,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A importância das exportações agrícolas para o Brasil fica ainda mais evidente quando se considera que os demais setores da economia tiveram um desempenho deficitário, com exportações de US$ 144,44 bilhões e importações de US$ 205,20 bilhões, resultando em um déficit de US$ 60,76 bilhões.

Com um saldo positivo de US$ 63,02 bilhões na balança comercial total do Brasil, é claro que o setor agrícola foi crucial para o equilíbrio da economia nacional em 2024. O agronegócio tem atuado como uma força estabilizadora na economia, compensando o déficit em outros setores e consolidando o Brasil como um dos principais exportadores agrícolas globais.

O crescimento das exportações agrícolas em São Paulo e no Brasil como um todo indica que o setor continua a ser uma área estratégica para o país. No entanto, o aumento nas importações, tanto em São Paulo quanto no Brasil, pode sinalizar alguns desafios, como a dependência de insumos e tecnologia do exterior para sustentar o crescimento da produção agrícola. Investir em pesquisa e desenvolvimento, assim como em políticas que promovam a autossuficiência e a inovação no setor, será essencial para garantir a continuidade desse desempenho positivo no longo prazo.

Em resumo, as exportações agrícolas permanecem como uma das principais fontes de superávit comercial para o Brasil e, especialmente, para São Paulo. Com políticas adequadas e o fortalecimento de sua estrutura produtiva, o estado pode continuar a expandir sua presença no mercado global e contribuir para o fortalecimento da economia nacional.

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