O Rio Grande do Sul está entre os três estados brasileiros com maior potência instalada de energia solar para geração própria em telhados e pequenos terrenos. De acordo com um recente mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), a região alcançou a marca de 3 gigawatts (GW) em operação em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. Esse avanço destaca o estado no cenário nacional e reflete um movimento crescente em direção ao uso de fontes renováveis.
Atualmente, o Rio Grande do Sul ocupa a terceira posição no ranking nacional da ABSOLAR, com mais de 325 mil conexões de energia solar distribuídas pelos 497 municípios, cobrindo 100% do estado. São mais de 439 mil consumidores de energia elétrica que se beneficiam da redução na conta de luz, maior autonomia e confiabilidade no fornecimento. Desde 2012, o setor de geração própria de energia solar atraiu cerca de R$ 15,4 bilhões em investimentos no estado, gerando mais de 90 mil empregos e contribuindo com R$ 4,6 bilhões em arrecadação aos cofres públicos.
A expansão da energia solar no Brasil
Em nível nacional, o Brasil também registra avanços significativos no setor de energia solar, ultrapassando recentemente a marca de 16 gigawatts (GW) de potência operacional em grandes usinas solares. De acordo com a ABSOLAR, o segmento tem atraído investimentos de mais de R$ 68,4 bilhões desde 2012, promovendo a criação de mais de 480,5 mil empregos verdes e arrecadando cerca de R$ 22 bilhões para os cofres públicos. Essa expansão destaca o papel da energia solar como uma das principais fontes renováveis no país.
As usinas solares de grande porte estão presentes em todos os estados brasileiros, com a região Nordeste liderando em potência instalada, responsável por 55,5% do total. O Sudeste aparece em segundo lugar, com 43,4%, seguido pelo Sul com 0,48%, Centro-Oeste com 0,3% e Norte com 0,29%. Esses números reforçam o impacto da energia solar na matriz energética nacional e sua contribuição para a sustentabilidade do setor elétrico.
Desafios e oportunidades
Apesar do crescimento, o setor de energia solar enfrenta desafios no Brasil. Os empreendimentos têm sido afetados por cortes recorrentes, impostos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o que representa um desperdício significativo de energia limpa. De acordo com a ABSOLAR, a combinação de centrais eólicas e fotovoltaicas sofreu uma perda estimada de R$ 1,7 bilhão em potencial de geração de energia solar nos últimos dois anos.
Para a ABSOLAR, esses cortes ressaltam a necessidade de modernizar o planejamento e de intensificar os investimentos na infraestrutura do setor elétrico, especialmente em linhas de transmissão e novas formas de armazenar energia solar e outras fontes renováveis. Essas ações são essenciais para aproveitar a abundância de recursos renováveis disponíveis no Brasil e para garantir uma expansão sustentável da matriz energética.
A entidade também defende que é plenamente possível aumentar a participação da energia solar e de outras fontes renováveis no sistema elétrico, mantendo a confiabilidade e estabilidade do fornecimento. Investir em tecnologias de armazenamento e em uma infraestrutura de transmissão mais robusta permitirá que a energia solar tenha um papel ainda mais relevante na economia nacional, reduzindo a dependência de fontes de energia não renováveis e promovendo um crescimento econômico mais sustentável.
O caminho para um futuro sustentável
A adoção de energia solar é um passo importante para o Brasil em direção a uma matriz energética mais limpa e eficiente. Com o avanço das tecnologias e a crescente conscientização sobre os benefícios das fontes renováveis, a energia solar tem se consolidado como uma das soluções mais viáveis para atender à demanda energética do país, promovendo o desenvolvimento econômico e reduzindo o impacto ambiental.
O Rio Grande do Sul e o Brasil têm demonstrado um compromisso crescente com a sustentabilidade e com a expansão da energia solar. Esse cenário positivo reforça a necessidade de apoio contínuo às iniciativas de infraestrutura e à modernização do setor elétrico, garantindo que a energia solar continue a crescer e a contribuir para um futuro mais sustentável para todos.
Fonte: Guaíba.
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