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Nesta quarta-feira, 15, o dólar à vista apresentou queda frente ao real, influenciado pela divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos. Os investidores reagiram ao índice de inflação ao consumidor, que mostrou desaceleração no aumento dos preços, reforçando expectativas de um afrouxamento monetário por parte do Federal Reserve (Fed).

O núcleo do índice de inflação registrou alta de 0,2% em dezembro, uma redução em relação aos avanços de 0,3% dos meses anteriores. Na comparação anual, a inflação caiu para 3,2%, ante 3,3% em novembro. Esse dado trouxe alívio aos mercados, dado que a meta de inflação do Fed é de 2%.

Impactos no cenário internacional

Com os números abaixo das expectativas, economistas consultados pela Reuters passaram a prever um corte maior nas taxas de juros nos Estados Unidos. A projeção atual indica uma redução acumulada de 37 pontos-base em 2025, contra os 31 pontos-base projetados antes da divulgação.

Esse movimento também afetou os rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), que recuaram significativamente, contribuindo para a desvalorização do dólar nos mercados globais. A perspectiva de dois cortes na taxa de juros este ano pressiona a moeda americana, tornando-a menos atrativa para investidores.

Qual é a cotação do dólar hoje?

Por volta das 11h07, o dólar à vista registrava baixa de 0,54%, cotado a R$ 6,013 na compra e R$ 6,014 na venda. Já na B3, o contrato de dólar para fevereiro – o mais negociado – recuava 0,44%, sendo negociado a 6.055 pontos.

O Banco Central brasileiro também anunciou um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar vencimentos previstos para fevereiro de 2025. Essa ação é parte das medidas regulares para suavizar movimentos excessivos no mercado de câmbio.

Antes da divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos, o dólar apresentava leve alta no Brasil, refletindo ganhos de 0,3%. Contudo, as novas informações mudaram o rumo do mercado. Até a última sexta-feira, os investidores estavam céticos quanto a cortes nos juros americanos, devido a dados robustos sobre o mercado de trabalho nos EUA.

A desaceleração da inflação agora abre espaço para uma abordagem mais flexível do Fed, conforme indicaram membros do banco central em declarações recentes. Essa possibilidade impulsiona expectativas de reduções nas taxas de juros, impactando diretamente o valor do dólar.

Influência da política e do cenário doméstico

No âmbito político, novas declarações do presidente eleito dos EUA também podem influenciar os mercados. Investidores avaliam como as futuras políticas comerciais, incluindo possíveis tarifas de importação, poderão afetar o cenário econômico global.

No Brasil, o começo de 2025 tem sido relativamente calmo, após um 2024 marcado por tensões fiscais. Apesar disso, analistas alertam que as preocupações com o equilíbrio das contas públicas ainda representam um grande desafio. Com o Banco Central sinalizando possíveis aumentos na taxa Selic, o mercado se prepara para um aperto monetário que pode elevar a taxa de juros para 12,25% ao ano.

Perspectivas para o dólar e a economia

A trajetória do dólar dependerá fortemente de como o Fed e o Banco Central brasileiro conduzirão suas políticas monetárias nos próximos meses. Além disso, fatores como dados de emprego nos EUA, balanços fiscais no Brasil e eventos globais contribuirão para definir a direção do mercado de câmbio.

Com o contexto atual, a expectativa de um afrouxamento monetário nos Estados Unidos cria oportunidades e desafios. Para investidores, entender os movimentos do dólar é essencial para tomar decisões informadas e aproveitar as tendências do mercado.

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