O dólar despencou em relação ao real nesta sexta-feira 23/08, revertendo boa parte dos ganhos da véspera. O movimento ocorre em resposta aos comentários de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, durante o simpósio de Jackson Hole.
Powell declarou que chegou o momento de o banco central dos EUA reduzir a taxa de juros, apontando para riscos crescentes no mercado de trabalho e afirmando que a inflação está se encaminhando para atingir a meta de 2%. Essa postura indica um suporte claro para o início do afrouxamento da política monetária.
Por volta das 11h10, o dólar comercial operava em baixa de 1,05%, sendo negociado a R$ 5,530 na compra e R$ 5,531 na venda. O dólar futuro para o primeiro vencimento caía 0,54%, atingindo 5.577 pontos. No dia anterior, a moeda havia fechado em alta de 1,96%, cotada a R$ 5,5899.
Nesta sessão, o Banco Central programou um leilão de até 12.000 contratos de swap cambial tradicional para rolar o vencimento de 1º de outubro de 2024.
O dólar intensificou suas perdas após o discurso de Powell, enquanto o iene se destacou entre as principais moedas, impulsionado pela postura agressiva do governador do Banco do Japão (BOJ), Kazuo Ueda.
Segundo Powell, “os riscos de alta para a inflação diminuíram, enquanto os riscos de queda para o emprego aumentaram”, durante o simpósio anual do Fed em Jackson Hole, Wyoming. Ele ressaltou que é hora de ajustar a política monetária e que os cortes nos juros dependerão dos próximos dados e da evolução das perspectivas econômicas.
Powell expressou confiança de que a inflação está em um caminho sustentável para retornar à meta de 2%, após ter atingido cerca de 7% durante a pandemia de Covid-19.
Para Étore Sanchez, economista da Ativa Investimentos, o discurso de Powell foi como esperado e sinaliza o início do afrouxamento monetário em setembro. “Com um tom mais cauteloso, a autoridade praticamente garantiu o corte devido à fraqueza no mercado de trabalho”, comentou.
Apesar das expectativas, Powell não se comprometeu com uma redução de 25 pontos-base, afirmando que o ritmo dos cortes dependerá dos dados econômicos, com atenção especial ao relatório de empregos de 6 de setembro.
A perspectiva de juros mais baixos nos EUA, que diminui os rendimentos dos Treasuries, aumenta o apetite por ativos de maior risco, ampliando os diferenciais de juros entre os EUA e outros países. Nos mercados cambiais, isso leva à venda de dólares e busca por moedas emergentes, como o real.
O dólar recuava mais de 1% em relação ao peso mexicano, peso colombiano e rand sul-africano. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,71%, a 100,740.
No Brasil, o discurso de Powell provocou queda acentuada na curva de juros futuros, com investidores projetando que uma taxa mais baixa nos EUA pode permitir uma redução na Selic. A taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,47%, com queda de 12 pontos-base, enquanto para janeiro de 2027 estava em 11,445%, com recuo de 15 pontos-base.
Estabilidade do dólar, selic e projeções econômicas:
As expectativas para a Selic permanecem estáveis há 9 semanas, em 10,50% para 2024. Para 2025, houve um aumento de 9,75% para 10%, e para 2026, a taxa está estável há 14 semanas em 9%. A Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para atingir a meta de inflação.
Em julho, a inflação foi de 0,38%, impulsionada principalmente pelos preços da gasolina, passagens aéreas e energia elétrica, após registrar 0,21% em junho. Segundo o IBGE, o IPCA acumulou 4,5% em 12 meses, no limite superior da meta de inflação.
As projeções para o câmbio indicam que o dólar deve terminar 2024 cotado a R$ 5,31, um leve aumento em relação à projeção anterior de R$ 5,30. Para 2025 e 2026, o mercado mantém as projeções estáveis, em R$ 5,30 e R$ 5,25, respectivamente.
Alguns especialistas são céticos quanto ao impacto transformador do plano do governo para as empresas, citando que as taxas da CVM e da Anbima representam menos de 0,1% do custo de uma debênture, e que os custos com auditoria variam. Contudo, o plano visa reduzir custos e facilitar o acesso das empresas ao mercado.
Caio Viggiano, diretor-gerente de renda fixa do Banco Itaú BBA, destacou: “Queremos reduzir esse custo agregado, para que a barreira de entrada seja menor. O mercado não muda da noite para o dia. Este é mais um passo necessário.
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