A economista Mônica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics e professora na SAIS da Johns Hopkins University, observa que o Brasil se fixa em questões conjunturais, como taxa de câmbio, juros e inflação, negligenciando a política estrutural de longo prazo necessária para o desenvolvimento. Ela argumenta que “políticas de curto prazo não são suficientes; é preciso uma visão que promova crescimento sustentável, maior competitividade, produtividade e empregos de qualidade.”
De Bolle destaca que tragédias climáticas, como as enchentes no Rio Grande do Sul, se tornam cada vez mais frequentes e que a indústria precisa se adaptar para enfrentar esses desafios.
Também foi enfatizado que uma política industrial eficaz requer metas claras e mecanismos de governança para evitar desperdícios em investimentos, como subsídios.
A doutora Fernanda de Negri, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, debate o dilema de produzir sem prejudicar o meio ambiente e observa que, embora os EUA sejam pouco intervencionistas, possuem estratégias robustas de política pública para desenvolvimento tecnológico e inovação.
De Negri identifica 111 oportunidades verdes para o Brasil, destacando a matriz energética limpa como uma vantagem para a produção de hidrogênio verde.
Ela relembra o Proálcool, uma política bem-sucedida que incentivou o uso de biocombustíveis, e sugere que o Brasil aproveite essas experiências para avançar na economia verde e na descarbonização.
Especialistas identificam 111 oportunidades verdes para o Brasil, destacando a matriz energética limpa como uma vantagem para a produção de hidrogênio verde.
Ela relembra o Proálcool, uma política bem-sucedida que incentivou o uso de biocombustíveis, e sugere que o Brasil aproveite essas experiências para avançar na economia verde e na descarbonização.
Brasil: Liderança verde e crescimento sustentável
Para descarbonizar a economia, são necessários incentivos e regulamentações que orientem o setor privado. O Brasil deve adotar uma estratégia nacional de descarbonização, com foco em transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal. O conceito de poweshoring pode ajudar o país a atrair investimentos em busca de energia limpa e segura. Dani Rodrik, em seu artigo “Don’t Fret About Green Subsidies”, argumenta que a transição para energias renováveis é essencial para descarbonizar o planeta sem comprometer o crescimento econômico.
O plano que se chama Nova Indústria Brasil pode ser crucial na reconstrução do Rio Grande do Sul, promovendo investimentos em sustentabilidade e transição energética.
O Brasil já lidera a indústria de baixo carbono, com mais de 80% de sua energia gerada de fontes renováveis, reduzindo as emissões industriais a apenas 3% do total nacional. Rafael Lucchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, acredita que o Rio Grande do Sul pode se tornar um modelo para a indústria verde no Brasil. Para isso, é necessário um planejamento estruturado, a implementação eficiente de ações e a revisão do aparato legislativo para apoiar o desenvolvimento sustentável.
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