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Economia de energia é um assunto que tem estado em alta nos últimos meses, especialmente quando se trata de economizar energia elétrica dentro do meio industrial. É compreensível que, ao longo dos anos, a indústria tenha buscado cada vez mais por equipamentos modernos e de última geração, facilitando os seus métodos de fabricação e gestão de produtos. Porém, toda essa mudança pode acabar sendo refletida na conta de luz, se tornando um custo fixo muito alto para as empresas. 

Muitas vezes, esse custo com energia elétrica pode se tornar o segundo ou terceiro gasto mais caro da empresa, dependendo do seu ramo de atuação, ultrapassando até a folha de pagamentos. Por isso, é importante que o empresário esteja sempre atento a essa despesa e buscando a melhor maneira de reduzir o gasto energético.

Uma mudança que tem ocorrido nos últimos anos e atingido cada vez mais o comércio é as trocas das lâmpadas utilizadas para lâmpadas de led, que reduzem muito o gasto com energia, uma vez que em determinados horários o gasto de energia acaba sendo maior em determinados locais. 

Outro movimento que vem crescendo muito no mercado atualmente é a utilização da energia solar, capaz de fazer uma transformação das despesas para investimentos a médio prazo, além de colaborar com o meio ambiente. A expectativa é que a implementação de painéis solares consiga negativar as contas de luz, zerando o gasto por parte da indústria, dependendo do tamanho do investimento que o empresário consiga fazer nesse tipo de produto.

É importante observar que, além do gasto com painéis solares, o empresário precisará também realizar uma avaliação da indústria e decidir quais são as áreas prioritárias para esse tipo de negócio. O ideal é sempre começar pelos setores administrativos e, depois, levar para os setores de produção, onde geralmente os gastos são maiores, já que o volume de energia aumenta. 


De acordo com dados obtidos em 2017, o Brasil consome cerca de 467 mil gWh ao ano de energia elétrica – esse é o valor total de energia consumida no país por todas as categorias de consumidores, desde as residências até a indústria, deixando o país no ranking de 8º maior consumidor de energia do mundo. 

Ou seja, o Brasil possui mais de 82 milhões de unidades consumidoras de energia para uma população de mais de 209 milhões de pessoas. Em relação a essa quantidade de unidades consumidoras, nós temos quase 71 milhões de unidades consumidoras residenciais, totalizando 86% e apenas 582 mil unidades consumidoras industriais, que representa 0,64%.

Em relação ao ambiente de contratação, 82.453 das unidades consumidoras, ou 99,99% das unidades são cativas, ou seja, estão num ambiente de contratação regulada. Os consumidores que não atendem os requisitos para serem livres são considerados regulados ou cativos. Sendo assim, eles são obrigatoriamente atendidos pela distribuidora de energia elétrica.

Esses consumidores pagam a tarifa de fornecimento, que é tarifa de energia, a parcela que reembolsa as distribuidoras e a tarifa de uso do sistema de distribuição. Além disso, também são arrecadados desses consumidores os encargos setoriais, que são, na verdade, os custos repassados ao consumidor das políticas de governo e dos custos sistêmicos – sistema de transmissão e devolução do empréstimo das concessionárias – e as bandeiras tarifárias e os impostos – PIS, COFINS e ICMS – em resumo, 99% das unidades consumidoras estão nessa situação. 

Enquanto isso, apenas 0,63% das unidades consumidoras são voltadas para a indústria, e 11.108 unidades são voltadas para o ambiente de contratação livre, que permite que o consumidor que atende determinados requisitos compre a energia direto de geradores ou, até mesmo, de outros produtores, pagando um valor que pode ser negociado.  

Dessas 11.108 unidades consumidoras, apenas 5.636 unidades são industriais, totalizando uma parcela de 51% de unidades consumidoras industriais livres, um valor altamente significativo. O restante dessas 11.108 unidades faz parte do comércio, como shoppings, supermercados, etc. 

Em relação ao consumo, dos 467.161 GWh consumidos, 147.203 GWh consumidos estão no mercado livre. Desse valor, 145.324 GWh são consumidos em alta tensão, o que caracteriza de grandes consumidores. Vale ressaltar que dos 147.203 GWh, 127.833 GWh estão dentro da indústria. Ou seja, a participação da indústria dentro de um ambiente de contratação livre é bastante significativo. 

Em relação ao mercado cativo, temos uma média de 319.958 GWh de energia gerada. Desse valor, 134.368 GWh são residenciais e apenas 39.564 são industriais. Mesmo dentro do mercado cativo, o segmento industrial é bastante representativo. A partir disso, podemos concluir que 167.397 GWh do consumo de energia no Brasil é destinado à indústria. 

Vale a pena anexar que, segundo dados do World Bank, a média mundial de gasto de energia por pessoa ao ano é de 2.707 KW/h. O Brasil está abaixo da média, consumindo cerca de 2.514 Kw/h em comparação aos outros países, um número considerável – mas que, na hora de pagar a conta, pode dar uma apertadinha.

Mas, afinal, com base em tantos dados sobre consumo, quais são as melhores maneiras para evitar o consumo elevado de energia elétrica na indústria?

Diferentemente do que acontece nos outros países, ações intervencionistas no mercado de energia, impostos altos, encargos e alguns erros regulatórios fazem com que a energia no Brasil seja considerada a 6ª mais cara do mundo. Uma condição que precisa ser trabalhada para contribuir com a retomada da competitividade dentro da indústria. 

A energia é um insumo fundamental para o desenvolvimento da economia, portanto, quando surge uma possibilidade de crise energética ou dificuldade na geração de energia do país, isso pode prejudicar diretamente o setor industrial.

Além disso, a redução no consumo de energia na indústria pode trazer muitos outros benefícios:

  • Diminuição de custos: a conta de energia da indústria é contabilizada pelo seu nível de consumo, logo, quanto menores os recursos utilizados, menor o valor. 
  • Otimização de recursos: as contas altas podem impedir uma distribuição melhor dos recursos financeiros da empresa. Sendo assim, uma empresa que precisa gastar muito com a conta de luz pode ter dificuldade de investir em outro setor. 
  • Impacto ambiental: a sociedade atual busca cada vez mais pelo consumo consciente, sendo assim, uma empresa que prega esse valor muitas vezes acaba ganhando pontos com seus consumidores. Além disso, o consumo de energia gerada por hidrelétricas e termelétricas causam grandes impactos ao meio ambiente, podendo alterar toda a estrutura natural da região onde estão localizadas. Ao diminuir o consumo energético, reduz a exploração dos recursos naturais que causam esses impactos.
  • Eficiência energética: reduzir o consumo de energia elétrica na indústria não vai afetar o processo produtivo, é possível gastar menos e, ainda, melhorar o processo. A dica é otimizar o consumo para que a energia seja utilizada de forma mais inteligente e estratégica.

Com base nisso, para reduzir o consumo de energia é importante observar onde estão localizados os focos de gasto. No setor industrial, geralmente esse foco está localizado na área de produção. Avalie se o maquinário está em dia. No decorrer dos anos, as máquinas vão envelhecendo e perdendo sua eficiência, o que pode gerar mais consumo de energia. Para que isso não aconteça, vale a pena fazer uma avaliação frequente do maquinário utilizado, uma manutenção frequente e até a troca dos aparelhos, caso já estejam em uso há muito tempo. 

A climatização da indústria também precisa ser bem avaliada. Os sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado podem representar cerca de 40% do custo de energia de uma empresa. Optar pela manutenção adequada dos filtros de ar condicionado podem ajudar na redução dos custos fazendo que eles puxem menos energia. Além disso, em áreas de maior ventilação, o ideal é evitar o uso do aparelho, optando pela utilização de ventiladores. 

Fazer a troca da iluminação também é um ponto a ser considerado. As lâmpadas de led custam um pouco mais caro, mas gastam muito menos energia, sendo assim, acabam sendo um ótimo custo benefício em médio e longo prazo. Além disso, fazer a utilização da luz natural sempre que possível também uma ótima maneira de economizar. 

Outro ponto importante e que tem crescido muito ao longo do tempo é geração da própria energia por meio da implantação de painéis solares fotovoltaicos. Esses painéis funcionam com células que captam a energia solar transformando-a em energia elétrica. Essa energia pode ser utilizada para várias finalidades, como, por exemplo, o funcionamento de um ar condicionado. 

A utilização desse sistema pode reduzir até 95% do custo de energia, além de ser uma fonte de energia considerada limpa, que não causa impactos ao meio ambiente. 

Realizar uma assessoria energética e a revisão das contas de luz da indústria também é uma solução que vale a pena para o empresário.




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