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O banco BTG Pactual vê brechas para o crescimento no ambiente da alta procura por dinheiro e com taxas de remuneração progressivas. Na última terça-feira (12), o banco anunciou seu balanço trimestral e mostrou possuir condição para expandir sua carteira de crédito tal entre 20% e 30% este ano – o que representa mais de 10 bilhões de reais.

Roberto Sallaouti, presidente da instituição, revelou em uma teleconferência com analistas, que o valor total da carteira de crédito pode aumentar do patamar de 2 vezes o valor do patrimônio do banco para até 2,6 vezes – aproximadamente 58 bilhões de reais.

“O mercado de capitais para dívida corporativa está praticamente fechado. As empresas estão mais dependentes dos bancos e estamos prontos para ajudar a prover essa liquidez”, explicou João Dantas, diretor financeiro e de relações com investidores da instituição.

O presidente do BTG acredita que o impacto da pandemia será longo e que a normalidade só será retomada quando houver vacina para o vírus.  “Nosso objetivo é apoiar nossos clientes”, frisou Sallouti.

A carteira de crédito do BTG finalizou o mês de  março em 47,7 bilhões de reais, um crescimento de 9% na comparação com o quarto trimestre e de 55% frente ao primeiro trimestre de 2019.

Diferente de outras instituições, o Índice de Basiléia do BTG, indicador internacional que mede a solvência dos bancos, subiu de 14,9% em dezembro para 19,4% em março. Além disso, 80% do patrimônio líquido ao fim de março, de 22,4 bilhões de reais, era formado por recursos próprios, ou seja, caixa.

Segundo João Dantas, o banco está semanalmente avaliando o risco de perdas da carteira, devido ao atual cenário econômico, mas não encontrou razões para nenhum lançamento adicional nesse sentido. O BTG atua com grandes companhias, segmento no qual os riscos são menores. “Também atuamos com pequenas e médias empresas, mas essencialmente em antecipação de recebíveis por meio de nossa plataforma digital.” Essa carteira terminou março em 3,3 bilhões de reais, menos de 7% do total.

O BTG revelou ainda os resultados do primeiro trimestre de 2020, com aumento de 2,4% na receita, para 1,52 bilhão de reais, na comparação anual. O lucro líquido teve alta de 9,5% e fechou o acumulado dos três primeiros meses de 2020 em 789 milhões de reais, com retorno sobre patrimônio (ROAE) de 14,5%.

As linhas de receita que obtiveram um destaque maior no período foram a de crédito corporativo, que avançou 43,5%, para 267 milhões de reais, e de gestão de fortunas (wealth management), com alta de 30%, para um recorde de 170 milhões de reais no trimestre. Esses dois negócios foram cruciais para compensar o pequeno crescimento da área de sales and trading entre períodos iguais: a alta foi de apenas 4,3%, para 455 milhões de reais. Na comparação com os demais trimestres de 2019, a receita desse segmento teve quedas expressivas, em razão da volatilidade dos mercados.

As operações de gestão de recursos e de fortunas registraram captação líquida de recursos de 21,2 bilhões de reais, de janeiro até março, a despeito da crise.

Na comparação com o fim de fevereiro, o valor de mercado do BTG Pactual saiu de 71,5 bilhões de reais para 40 bilhões de reais, uma queda de 44%. Há pouco, as ações (units) operavam em alta de 3,45% na B3.

Fonte: Exame