As ações do McDonald’s caíram drasticamente na bolsa de Nova York nesta quarta-feira, 23, após um surto da bactéria E. coli, que teria sido associado ao famoso sanduíche Quarterão. O impacto foi significativo: os papéis da gigante de fast food despencaram mais de 6%, com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos confirmando uma morte e dezenas de infecções.
Essa queda acentuada nas ações do McDonald’s começou na terça-feira, 22, quando os papéis da empresa sofreram um recuo de 9% após o fechamento do mercado. Na quarta-feira, por volta das 13h17, as ações do McDonald’s continuavam em baixa, com queda de 5,61%, sendo negociadas a US$ 297,05. A situação gerou grande preocupação entre os investidores e os consumidores, impactando diretamente a reputação da rede.
Surto de E. coli impacta as ações do McDonald’s e afeta clientes em vários estados
O CDC relatou que 49 pessoas em dez estados norte-americanos foram infectadas pela mesma cepa da bactéria E. coli. Os estados mais afetados foram Colorado, com 27 casos, e Nebraska, com 9. Das 49 pessoas infectadas, 10 precisaram ser hospitalizadas, e uma pessoa idosa acabou falecendo em decorrência da infecção. Uma criança, também infectada, está internada com complicações graves devido à síndrome hemolítico-urêmica, uma condição rara, mas grave, associada ao consumo de alimentos ou água contaminados.
As ações do McDonald’s foram severamente impactadas após o CDC divulgar que todos os entrevistados relataram ter consumido alimentos em uma unidade do McDonald’s antes de apresentarem os sintomas. A maioria das vítimas mencionou especificamente ter comido um sanduíche Quarterão, aumentando ainda mais as preocupações sobre a segurança alimentar na rede de fast food.
Segundo investigações preliminares, as ações do McDonald’s também foram afetadas pela suspeita de que os ingredientes responsáveis pela contaminação fossem cebolas frescas fatiadas ou hambúrgueres de carne bovina utilizados no preparo do Quarterão. Até o momento, as investigações não conseguiram identificar o ingrediente específico relacionado à contaminação.
Medidas do McDonald’s para conter o surto e o impacto no mercado
Em uma tentativa de conter a crise, o McDonald’s anunciou a remoção temporária do Quarterão de seus cardápios em várias regiões dos Estados Unidos, incluindo Colorado, Kansas, Utah e Wyoming, além de partes de Idaho, Iowa, Missouri, Montana, Nebraska, Nevada, Novo México e Oklahoma. Essa decisão foi tomada como uma medida preventiva para evitar mais infecções e proteger a imagem da empresa, que já vinha sofrendo pressões no mercado.
Cesar Piña, diretor de Cadeia de Suprimentos do McDonald’s na América do Norte, afirmou em nota que as primeiras descobertas ligam os casos de contaminação às cebolas fatiadas. Segundo Piña, essas cebolas foram fornecidas por um único fornecedor que atende a três centros de distribuição da rede. O impacto dessas medidas foi imediato, com as ações do McDonald’s continuando em queda à medida que a empresa tenta lidar com as consequências da crise de saúde pública.
Desafios econômicos e o impacto contínuo nas ações do McDonald’s
Este episódio ocorre em um momento já desafiador para a empresa. Antes do surto de E. coli, o McDonald’s enfrentava uma queda nas vendas globais. No segundo trimestre de 2024, a rede registrou sua primeira queda nas vendas em lojas comparáveis em quase quatro anos. Essa retração foi amplamente atribuída ao aumento da inflação, que levou os consumidores a evitarem comer fora ou a buscarem alternativas mais econômicas.
Para tentar reverter o cenário e manter o fluxo de clientes, a rede lançou uma oferta de refeição por US$ 5 nos Estados Unidos. Embora a promoção não incluísse o Quarterão, ela foi projetada para atrair consumidores de volta aos restaurantes e tentar estabilizar as ações do McDonald’s. A empresa espera que essa iniciativa, junto com outras medidas de recuperação, possa minimizar os impactos negativos nas finanças.
Ações do McDonald’s: o futuro e os desafios à frente
A recuperação das ações do McDonald’s dependerá, em grande parte, da capacidade da empresa de gerenciar a crise causada pelo surto de E. coli e, ao mesmo tempo, lidar com os desafios econômicos globais. Reconquistar a confiança dos consumidores será essencial para evitar mais danos à imagem da marca. Além disso, o McDonald’s precisará implementar medidas rigorosas de segurança alimentar para garantir que incidentes como este não voltem a acontecer.
Enquanto o CDC continua investigando o surto, a gigante do fast food enfrenta o difícil desafio de estabilizar suas operações e mitigar os danos que essa crise causou, tanto em termos de saúde pública quanto no valor de suas ações do McDonald’s.
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