A Natura registrou uma queda de 5% nas suas ações, tornando-se a empresa de pior desempenho no Índice Bovespa no início de outubro. Essa caída aconteceu logo após o anúncio de emissão de 121,4 milhões de novas ações, com o objetivo de captar R$ 6,2 bilhões para acelerar seu crescimento. Segundo analistas, a queda não significa uma percepção negativa do mercado, mas é resultado da lei da oferta e demanda, como explica Henrique Esteter, da Guide Investimentos. A maior oferta de ações no mercado naturalmente pressiona o preço para baixo.
Apesar da queda, a Natura mantém projeções otimistas, prevendo um crescimento de receita líquida de 25% a 30% no terceiro trimestre, impulsionada pela aquisição da Avon e outros fatores. No entanto, há preocupações sobre a integração da Avon. O banco BTG Pactual, por exemplo, mantém uma classificação neutra para a Natura, devido aos desafios da recuperação da Avon e os esforços de corte de custos.
Com o aumento de capital, a Natura espera reduzir sua dívida líquida em relação ao Ebitda de 3,6 vezes para 1,5 vezes, fortalecendo sua estrutura financeira. O Bradesco BBI segue otimista, prevendo um ciclo de ganhos robustos, com o preço das ações podendo chegar a R$ 60 após a conclusão da integração da Avon em 2021.
Mesmo com a incerteza gerada pela recuperação judicial da subsidiária Avon nos EUA, analistas do JPMorgan não veem grandes riscos à operação. A expectativa é que o processo seja concluído até o início de 2025, ou possivelmente até dezembro de 2024.
Natura enfrenta queda de ações em meio à emissão de novos títulos:
A Natura, uma das maiores empresas de cosméticos do Brasil, viu suas ações caírem 5%, registrando o pior desempenho entre os papéis do Índice Bovespa no início de outubro. Esse movimento ocorreu logo após a companhia anunciar a emissão de 121,4 milhões de novas ações. A expectativa com essa operação é levantar R$ 6,2 bilhões, dinheiro que será destinado a impulsionar o crescimento da empresa, principalmente para financiar a integração da Avon, adquirida em anos anteriores. Apesar dessa estratégia, o mercado reagiu negativamente, gerando preocupações sobre a diluição das ações existentes.
Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, explicou que o recuo no preço das ações reflete a lei de oferta e demanda. Com um volume tão grande de novos papéis entrando no mercado, a oferta aumenta significativamente, levando os preços a recuar, mesmo que o cenário da empresa seja positivo no longo prazo. Essa reação é comum em grandes emissões de ações e não necessariamente reflete desconfiança no futuro da Natura, que segue apresentando projeções de crescimento.
A Natura atualizou recentemente suas expectativas financeiras, indicando que sua receita líquida deve crescer entre 25% e 30% no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2023. Esse avanço é fortemente apoiado pela aquisição da Avon e por outros fatores estratégicos.
No entanto, a integração da operação da Avon continua sendo um desafio para a empresa, gerando algumas incertezas no mercado. O BTG Pactual, por exemplo, expressou dúvidas sobre a velocidade com que essa integração será realizada, mantendo uma posição neutra sobre a ação da Natura. Apesar das oportunidades de vendas cruzadas e possíveis cortes de custos, os analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi alertam que esses fatores ainda não são suficientes para impulsionar uma alta significativa no curto prazo.
No lado positivo, o aumento de capital esperado com a emissão das novas ações permitirá à Natura aliviar seu caixa e reduzir a relação entre dívida líquida e Ebitda de 3,6 vezes para 1,5 vezes, um movimento que fortalecerá a estrutura financeira da empresa. O Bradesco BBI, por exemplo, mantém uma visão otimista sobre o futuro da companhia, destacando que as marcas Natura, The Body Shop e Aesop estão bem posicionadas para liderar um forte ciclo de ganhos. Além disso, a integração total da Avon, prevista para o início de 2021, deve permitir que o preço das ações alcance até R$ 60, superando as atuais cotações.
Outro fator que tem gerado incertezas é o processo de recuperação judicial da secundária, Avon nos Estados Unidos, que está sendo conduzido sob o capítulo 11 da lei de falências americana. Embora isso tenha levantado preocupações, analistas do JPMorgan não veem motivos para um impacto negativo substancial nas operações da Natura. O banco acredita que o processo judicial será concluído até o início de 2025, ou possivelmente até dezembro de 2024, e estima que o desembolso de caixa da Natura não deve exceder US$ 85 milhões, incluindo o acordo sobre talco e o plano de pensão.
Mesmo com esse “ruído” jurídico, a Natura continua a superar as expectativas em suas operações na América Latina, o que tem levado a revisões positivas das projeções para a empresa. Segundo o JPMorgan, o desempenho forte na região oferece um potencial de valorização de até 61% para o preço das ações até dezembro de 2025, especialmente considerando as sinergias geradas pela operação da Avon.
Essa combinação de fatores coloca a Natura em uma posição desafiadora, mas promissora, no mercado. A emissão das novas ações pode trazer uma pressão de curto prazo sobre o preço, mas os planos da empresa para usar esse capital devem gerar frutos no longo prazo, fortalecendo sua presença global e consolidando sua posição no setor de beleza e cuidados pessoais.
Fonte: Infomoney
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