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A Associação Nacional de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento no Brasil, tomou uma decisão importante nesta terça-feira, 1º de outubro.

Em uma reunião, a entidade aprovou a suspensão antecipada do uso de cartões de crédito para apostas online, também conhecidas como “bets”, no Brasil. A medida, que seria implementada apenas em janeiro de 2025 pelo Ministério da Fazenda, foi antecipada devido à crescente preocupação com o endividamento dos brasileiros.

A decisão da Abecs foi motivada pelo aumento das apostas online, que têm gerado impactos preocupantes em diversos setores da economia, como o varejo e serviços. A preocupação maior é que o uso de cartões de crédito como meio de pagamento em apostas possa agravar o endividamento das famílias brasileiras. De acordo com as principais bandeiras de cartões no país, o uso do crédito nesse setor ainda é considerado inexpressivo, mas o crescimento das apostas digitais levanta alertas sobre a sustentabilidade financeira das famílias.

A Abecs também trouxe à tona a discussão sobre o uso de outras linhas de financiamento para apostas, como o cheque especial. Segundo a associação, é crucial discutir formas de limitar o acesso fácil ao crédito para apostas, visto que o cenário atual oferece condições arriscadas para os consumidores. Mesmo com a pequena representatividade do uso de cartões de crédito no setor de apostas, os números são incertos. A Abecs estima que menos de 1% das apostas eletrônicas utilizam cartões, enquanto uma pesquisa da Agência Dudena aponta uma participação de cerca de 5%.

No entanto, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estimou que esse número pode chegar a até 15%.

Prevenção do crédito no endividamento:

A Associação Nacional de Jogos e Loterias também se posicionou contra o uso de cartões de crédito para pagamentos em apostas. Recentemente, seus integrantes anunciaram que não irão mais aceitar essa forma de pagamento, reforçando a tendência de maior controle sobre as transações no setor. Paralelamente, o governo, representado pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, tem discutido formas de limitar os meios de pagamento para apostas online. Uma das propostas em análise é a proibição do uso de benefícios sociais, como o Bolsa Família, para essa finalidade.

Um estudo realizado pelo banco Itaú revelou que os brasileiros perderam cerca de R$ 23,9 bilhões em apostas esportivas entre junho de 2023 e junho deste ano.

As bets movimentaram um total impressionante de R$ 68,2 bilhões no país durante esse período, evidenciando o tamanho do mercado e seus impactos econômicos. Algumas empresas do setor já se anteciparam à proibição de pagamentos com cartão de crédito, evitando essa modalidade devido ao alto índice de cancelamentos solicitados pelos próprios apostadores, o que gera risco para os operadores de pagamento.

O setor de varejo também manifestou preocupação com o impacto da inadimplência nas apostas. A restrição ao uso de cartões de crédito em apostas pode aumentar o risco de não pagamento, criando uma pressão adicional sobre as empresas que oferecem crédito. A proibição, embora justificada pela proteção dos consumidores, é vista com cautela por empreendedores do varejo, que temem consequências severas para o mercado de pagamentos no Brasil.

Com essa decisão da Abecs, o Brasil caminha para um cenário mais rigoroso no controle de apostas online e na proteção financeira dos consumidores. A medida visa equilibrar o crescimento das apostas com a responsabilidade social, evitando o agravamento do endividamento da população.

Fontes: Metróple, Infomoney e CartaCapital.

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