Categoria(s) do post: Agronegócio

Um dos principais impactos causados pela pandemia do novo coronavírus se dá pelo agravamento da situação econômica mundial. Devido a pandemia, muitas atividades econômicas foram paralisadas, provocando abalos no mercado global. 

Por conta da gravidade da doença, o isolamento social foi uma das principais medidas adotadas para evitar a disseminação da Covid-19, sendo adotada por diversos países em todos os continentes. 

Embora alguns países já estejam retomando as atividades, como é o caso da China e de alguns países europeus, o PIB acabou sendo atingido e teve uma queda significativa no primeiro trimestre do ano. 

Já no Brasil, as restrições determinaram o fechamento do comércio não essencial e a interrupção de produção das fábricas. Além disso, muitas empresas foram obrigadas a suspender o contrato de trabalho dos funcionários ou antecipar as férias coletivas, a fim de manter o funcionário em casa e lidar com os problemas causados pela crise.  

Porém, em meio a quebra de cadeias de produção, o comércio fechando e a crise econômica e sanitária batendo na porta dos empresários e consumidores, o agronegócio tem resistido bravamente. 

De todos os setores da economia, o agronegócio tem sido o menos afetado. O setor foi responsável pelo superávit de US$ 5,061 bilhões registrados pela balança comercial durante as primeiras semanas de abril, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Economia. 

Em comparação ao mesmo período do ano passado, as exportações não só não pararam, como também cresceram cerca de 62,4%. Já as importações tiveram uma queda de aproximadamente -6,3%, mesmo assim, o agro é um setor fundamental para o governo quando se trata da recuperação econômica. 

Mas afinal, porque o agronegócio foi o segmento menos abalado na economia nacional?

O agronegócio é um dos segmentos de produção mais fortes do Brasil, representando cerca de um terço do PIB nacional. Além disso, ele é responsável por grande parte das exportações do país, o que gera maior poder na balança comercial. 

Com o agravamento do novo coronavírus, alguns dos países que importam produtos brasileiros, como a China, tiveram uma redução na importação em janeiro e fevereiro, se recuperando após a estabilidade da doença no país, por volta de março. 

Em relação ao mesmo período em 2019, essa redução foi de 0,4% quando nos referimos às compras feitas pela China, já para os outros países da União Européia e EUA, esse valor varia entre 17% e 7%.

A soja é um dos produtos que representam cerca de 35% das vendas externas do país entre janeiro e março, junto com a carne 19%, o açúcar 7% e o café 6%. Todos estes foram capazes de superar as vendas externas em termos de valor, mesmo durante a crise, quando se trata de uma análise com base nos dados do ano passado. Além disso, a safra da soja está em final de colheita, e promete ser recorde, junto com outros produtos como milho e café, que também possuem uma produção elevada. 

Em busca de garantir o abastecimento do país e elevar as vendas para o exterior durante a pandemia, o Ministério da Agricultura optou por abrir outros mercados, especialmente para as carnes, porém, ainda é possível encontrar alguma dificuldade, especialmente em relação a logística, já que os portos estão com pouca disponibilidade de containers refrigerados, podendo afetar a qualidade do produto. 

Mesmo assim, o agronegócio segue sendo uma das maiores expectativas de recuperação ao decorrer do ano, especialmente com relação a safra de soja, podendo superar os valores vendidos anteriormente. 

De acordo com o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Alceu Moreira, 18 países abriram importação de produtos brasileiros no início da crise, intensificando a compra de carnes, laticínios, grãos e suco.

Além disso, é possível que as economias mundiais sejam atingidas por consequências inflacionárias em um cenário pós pandemia, o que poderia colaborar ainda mais com o fortalecimento do setor.

Vale ressaltar que a mudança de hábitos dos próprios brasileiros também tem colaborado com a sustentação do agronegócio. Com o isolamento social e com a maioria das pessoas em casa, foi inevitável não notar uma mudança por parte da alimentação das pessoas. 

Muita gente tem optado por cozinhar mais em casa, ou até mesmo, fortalecer a renda familiar com a venda de alimentos feitos de maneira artesanal. Alavancando a venda de determinados tipos de matérias-prima. 

 

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