De acordo com informações divulgadas pelo Banco Central, o crédito bancário avançou no mês de outubro. Assim como a taxa média de juros nas operações com recursos livres (sem imobiliário, BNDES e rural).

Segundo o BC, o volume total de crédito oferecido pelas instituições financeiras cresceu 1,4% no mês passado, para R$ 3,871 trilhões. O estoque de crédito bancário estava em R$ 3,819 bilhões no mês de setembro.

As concessões totais de crédito somaram R$ 353 bilhões em outubro, o que representa uma queda de 0,6% na comparação com o mês anterior.

Em doze meses até outubro, o crescimento da carteira total acelerou de 13,4% para 14,5%, informou o BC. Esse patamar está acima da última estimativa da instituição para o aumento do crédito bancário em todo ano de 2020, que é de 11,9%. Também representa forte aceleração frente ao registrado em 2019 (+6,5%).

No acumulado deste ano, o aumento no crédito bancário está relacionado às medidas adotadas pelo Banco Central para liberar às instituições financeiras mais recursos destinados a empréstimos em meio à pandemia do novo coronavírus.

Em outubro, os números oficiais mostram que volume de crédito ofertado pelos bancos para as pessoas físicas cresceu 1,7%, para um saldo total de R$ 2,2 trilhões, enquanto que a carteira de empréstimo para as empresas subiu 1%, para R$ 1,7 trilhão.

A taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito ficou estável em 2,4% em outubro. Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência permaneceu em 3,1% no mês passado e, no caso das empresas, continuou em 1,5%.

Juros

Os juros bancários médios com recursos livres de pessoas físicas e empresas, por sua vez, subiram de 25,8% ao ano, em setembro, para 26,5% ao ano no mês passado. O crédito livre não considera empréstimos habitacionais, rurais ou do BNDES. Nessas operações, a instituição financeira tem mais liberdade para fixar a taxa de juro cobrada.

A alta dos juros bancários médios e das operações com pessoas físicas acontece em um momento de estabilidade da taxa básica de juros da economia, no seu piso histórico de 2% ao ano.

Em outubro, nas operações para pessoas físicas, a o juro médio passou de 38% para 38,9% ao ano na comparação com setembro, e, para as empresas, a taxa média avançou de 11,5% para 12% ao ano.

  • No cheque especial das pessoas físicas, porém, ataxa caiu de 114% ao ano em setembro (6,5% ao mês) para 112,9% ao ano em outubro, o equivalente também a 6,5% ao mês. Nessa linha de crédito, o BC adotou um teto para os juros.
  • Nas operações com cartão de crédito rotativo de pessoas físicas, os juros bancários cobrados das pessoas físicas subiram de 309,7% ao ano,em setembro, para 317,5% ao ano em outubro. Deste modo, a taxa segue em patamar proibitivo.

O crédito rotativo do cartão de crédito pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente. Essa é uma das linhas de crédito mais caras do mercado e, segundo analistas, deve ser evitada. A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.

De acordo com o BC, o chamado “spread” bancário médio com recursos livres passou de 21,2 pontos percentuais, em setembro, para 21,5 pontos percentuais em outubro. O spread é a diferença entre quanto os bancos pagam pelos recursos e quanto cobram dos clientes.

Nas operações com pessoas físicas, houve alta de 32,8 pontos em agosto para 33,4 pontos em setembro deste ano. Com isso, o “spread” bancário ainda segue em patamar elevado para padrões internacionais.

O “spread” é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.

Fonte: G1