Pelo terceiro ano seguido, durante o Summit Agronegócio 2020, promovido pelo Estadão, empresas, startups e outras instituições com serviços focados em tecnologia no agro puderam mostrar soluções e iniciativas que contribuem para o aumento de produtividade no campo, redução de custos, monitoramento de lavouras e crédito mais barato.

Entre os dias 23 e 25 de novembro, sete iniciativas foram apresentadas, como o Ideas for Milk – programa de desenvolvimento de tecnologia para o setor lácteo da Embrapa Gado de Leite –, os serviços da TerraMagna, da Xarvio e da Arpac, além de investimentos e projetos de ampliação de uso de ferramentas tocados por grandes empresas, como Ericsson, John Deere e SLC Agrícola.

O coordenador de Agricultura Digital da SLC Agrícola, Ronei Sana, por exemplo, confirmou que a conectividade “é um grande acelerador” dos negócios da companhia, um das maiores produtoras de grãos do País. Segundo o executivo, quando uma propriedade troca a transferência de dados de colheita de um pen drive para a conectividade em tempo real “há uma grande aceleração no processo”. “As decisões passam a ser tomadas em tempo real e aí vem o grande salto”, garantiu ele, informando ainda que por isso a SLC trabalha com 20 plataformas de tecnologia nas lavouras.

Para o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, de fato, a propriedade rural “deve caber no smartphone”. Em sua exposição, ele apresentou um amplo projeto de expansão de tecnologias dentro da cadeia pecuária leiteira, o Ideas for Milk. “Desde 2016 a iniciativa traz inovação ao segmento leiteiro”, comentou ele, garantindo que a “pegada digital no agro” começou, surpreendentemente, pelo setor leiteiro, que é visto como o menos organizado das cadeias produtivas do País.

Iniciativas como desafios de startups e o “Vacathon” contribuem, segundo Martins, para garantir a inovação ao setor, inclusive pelo fato de startups desenvolvidas dentro do Ideas for Milk já estarem se internacionalizando.

Outra empresa que é reconhecida por fortes investimentos em tecnologia, a John Deere, lembrou, em painel, da importância de investimentos em conectividade no campo. Conforme o diretor de Tecnologia e Soluções Inteligentes da John Deere para América Latina, Rodrigo Bonato, o papel da indústria é mostrar para as operadoras de celular que existe demanda de tráfego de dados no campo, com os produtores utilizando a comunicação e a tecnologia para mudar a forma de administrar as suas fazendas. “Além disso, é preciso reforçar que o campo apresenta ótimas condições para implementação de maior conectividade, com produtores bem capitalizados dispostos a fazerem investimentos nesse aspecto e regulamentação muito bem descrita”, reforçou.

O diretor de Soluções de Redes da Ericsson para o Cone Sul da América Latina, Paulo Bernardocki, concordou que o atual momento é para se trabalhar a conectividade, “que é o primeiro passo para uma longa jornada de automatização e melhoria tecnológica na agricultura”.

Segundo o executivo, por muito tempo o foco das operadores esteve no varejo e nos grandes centros urbanos. Com a chegada de tecnologias como a fibra óptica, por exemplo, a possibilidade de implementação na área rural melhorou muito. “A tecnologia deu um passo à frente, o que facilita nossa conexão no campo. Não podemos esperar o governo para dar esses passos, temos que fazer acontecer”, acrescentou.

Fonte: MSN