A participação de pequenos consumidores em novas tecnologias no setor elétrico vai depender do avanço e da praticidade das soluções das empresas que atuam nessas áreas. Thiago Barral, presidente da Energy Research, acredita que o consumidor se tornará uma espécie de hospedeiro de um conjunto de tecnologias automatizadas que vão interagir com a rede, sem afetar a sua rotina.

“As empresas é que serão o elo que vai viabilizar essa proatividade do consumidor. Ele vai querer entrar para ver o quanto ele está economizando a cada momento, mas não de forma que ele vá gastar atenção para fazer a gestão”, revelou Barral na última quinta-feira, 29, em participação no Energy Solutions Show.

Em apresentação, Barral mostrou exemplos de soluções de gestão da demanda, como  a da Green Ant, que deixa o consumidor ter leitura precisa do seu consumo e a partir daí ter ganhos de eficiência, e a Recurve, dos Estados Unidos, que oferece tecnologias de gestão de sistemas, com um dashboard de acompanhamento em tempo real da economia e redução de emissões das unidades. As ferramentas da Recurve tem característica open source.

Marco Antonio Donatelli, CEO da Metron, que também participou do painel no Energy Solutions Show, tem a mesma opinião que Barral, e disse que quanto menor o consumidor, mais ele vai depender de soluções prontas e automatizadas. Caso contrário, somente aqueles mais interessados serão adeptos de novas tecnologias.

Donatelli comenta que a escolha de uma indústria por uma solução de gestão de demanda tem passado pela competitividade e a sustentabilidade. Segundo ele, nas organizações, a redução das emissões de carbono é muito importante para as grandes indústrias, em especial na Europa. No Brasil, a redução de custos de energia impera, de maneira que metas sejam alcançadas. “Temos que conciliar um gerenciamento energético inteligente e os savings que são importantes para atender os objetivos do gerenciamento local da planta industrial”, explica.

Ele ainda conta que a segurança dos dados é fundamental e que todos os clientes têm se mostrado atentos a essa temática. Sendo a matéria-prima do negócio, Donatelli considera essencial uma política de dados segura. A Metron assina contratos de confidencialidade com potenciais clientes. “A preocupação é como fornecer para um sistema interno de inteligência artificial agregando dados, mas nunca carimbando de onde eles vêm”, aponta. A Metron vem se submetendo a testes de hackers, de modo que o sistema esteja seguro.

A chamada pública da Copel para compra de energia de geração distribuída para uso em microrredes, divulgada em setembro, estará ligada ao projeto de smart grid da concessionária. Segundo o presidente da Copel GT, Moacir Bertol, a CP já tem cronograma e deverá envolver duas fases, atingindo 73 cidades no estado na primeira com duração de 24 meses. Já a segunda fase terá 78 municípios e 30 meses para implantação. Cerca de 1.400 empregos deverão ser criados nas duas fases.

Barral ressaltou durante o painel que embora a geração distribuída fotovoltaica seja a mais usada, ela nem sempre é a mais competitiva, podendo ser suplantada por soluções que usam biogás e CGHs.  A GD fotovoltaica tem mais facilidade e inserção no mercado por ter a instalação e adequação de projetos mais fáceis que as outras.

Fonte: Canal Energia