Recentemente, o Brasil esteve no centro dos debates sobre inovação e tecnologia voltadas para o setor público. Entre os dias 16 e 19 de dezembro, a Escola Nacional de Administração Pública, ENAP, esteve à frente da Semana de Inovação 2020, que reuniu mais de 20 mil pessoas do mundo inteiro de forma online, que puderam acompanhar os 400 palestrantes e mais de 200 horas de conteúdo.

Diante de um cenário tão novo e desafiador, ter um espaço para refletir sobre o futuro que queremos representou um respiro fundamental para todos e todas que trabalham com governo. As mais de 200 horas de conteúdo trouxeram debates fundamentais para a transformação digital e poderão ser compartilhadas e revistas diversas vezes.

Em pelo menos 15 palestras questões sobre empreendedorismo e startups foram debatidos. Esse é um indicador que revela que a pauta govtech tem crescido em importância entre aqueles e aquelas que desejam um setor público digital, efetivo e ágil.

Em 2020, a Semana de Inovação teve como mote “(re)imaginar e construir futuros”. A proposta foi ser um espaço de reflexão sobre possíveis caminhos para superar desafios antigos do país, bem como os que surgiram em virtude da pandemia de coronavírus.

De olho no futuro

A Semana de Inovação envolveu especialistas de diversos países e áreas de conhecimento. Estiveram presentes nomes como Beth Noveck (diretora do GovLab – Laboratório de Governança na New York University), Ngaire Woods (fundadora da Blavatnik School of Government) e Tim O’Reilly (fundador, CEO e Chairman da O’Reilly Media).

A diversidade de temas, palestrantes e formatos certamente foi fundamental para alcançar o objetivo de que o evento fosse um espaço para discutir e (re)imaginar o futuro do setor público. Afinal, os palcos virtuais abordaram os mais variados assuntos: desde aplicação da inteligência artificial no setor público, passando por educação 4.0, seguindo por debates sobre a relevância de ampliar a participação de mulheres em cargos de liderança, até estratégias para aperfeiçoar a experiência de trabalho remoto.

O BrazilLAB marcou presença com a atividade “Vitrine de Startups”. Fundadores e fundadoras das startups abaixo puderam apresentar suas soluções para um público de 120 gestores governamentais, especialistas e empreendedores.

  • 3Wings – que criou um sistema de monitoramento remoto e em tempo real de unidades de terapia intensiva.
  • Auá Conecta – uma plataforma de fomento aos pequenos empreendimentos da região metropolitana de Belém.
  • Bright Cities – uma solução para cidades inteligentes.
  • Fonte de Preços – especialista em otimizar o processo de compras públicas.
  • Universaúde – que criou uma plataforma para a gestão em saúde para profissionais e população.

Ficou evidente a diversidade de tecnologias desenvolvidas, bem como o grau de maturidade e a resiliência das govtechs. Muitas delas, inclusive, desenvolveram tecnologias específicas para o combate à pandemia, como é o caso da Universaúde, que criou o AVISASaúde.

A Fundação Brava, por sua vez, organizou o painel “Foresight: Pensar no Futuro para Agir no Presente” —que teve a participação de nomes como Jacques Barcia (do Institute for The Future), Nitika Agarwal (do Apolitical) e Luís Gustavo Delmont (do SENAI)— e buscou difundir o tema de estudos do futuro: uma área de pesquisa e prática que é bastante antiga, estratégica, mas pouco conhecida. Com os estudos de foresight é possível refletir sobre o futuro e estar preparado para a sua chegada.

Fonte: Uol