Ao longo dos meses de pandemia, as grandes instituições financeiras viram o retorno sobre o patrimônio se deprimir. Apesar disso, a percepção no mercado é de número ao redor de 20% ficaram para trás e que a nova realidade é de resultados mais apertados, em vista da tecnologia e dos juros mais baixos.

A pandemia causada pela Covid-19 empurrou as carteiras de empréstimos dos bancos para operações de menor risco – e, por tabela, proporcionalmente menor ganho -, caso das linhas no consignado e o crédito imobiliário, ou para programas criados pelo governo para socorrer as empresas, como o Pronampe. Também aqui o spread foi menor.

A média do retorno sobre o patrimônio anualizado, o ROE, dos quatro grandes bancos brasileiros no terceiro trimestre do ano foi de 13,58%, segundo cálculo da Economática. Esse é o quarto menor ROE da série histórica, atrás daqueles vistos nos três primeiros trimestres de 2017. Já a maior mediana de ROE foi no primeiro trimestre de 2008, com 26,98%, ainda de acordo com a Economática.

O Itaú Unibanco, por exemplo, ainda vê pressão no retorno ao longo dos próximos trimestres. O presidente da instituição, Candido Bracher, disse que esse é um dos reflexos da postura adotada pelo banco em meio à pandemia. Uma das razões foi o peso maior de operações de atacado, com as empresas buscando crédito no início da pandemia para fazer caixa, e também a postura do banco para priorizar linhas de menor risco, como o consignado.

O executivo disse que o ganho vai melhorar com a retomada da economia, mas lembrou que essas linhas são de longo prazo e não vão maturar nos próximos anos. No entanto, acrescentou que, à medida que a carteira de crédito do banco crescer, as linhas com menor rentabilidade serão diluídas – diminuindo o efeito na margem.

Octavio de Lazari Junior, presidente do Bradesco, considerou a queda do retorno algo pontual. O executivo apontou mudanças regulatórias que afetaram as taxas do cheque especial e também para as linhas emergenciais de crédito do governo voltadas às pequenas e micro empresas, que têm spread menor. Ele lembrou, contudo, que as linhas emergenciais, caso do Pronampe, têm elevado o grau de garantia, ou seja, risco mínimo de perdas.

Fonte: Terra