As startups se tornaram uma opção interessante para quem busca investir. Prova disso é que, somente em 2020, apesar dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, o setor movimentou R$ 12,3 bilhões em investimentos, segundo dados da Inside Venture Capital da Distrito.Me, ecossistema independente de startups do Brasil.

Atualmente, o Brasil já conta com mais de 13 mil iniciativas, de acordo com a Associação Brasileira de Startups, que apresentam produtos e serviços para outras empresas e para o consumidor final; e, segundo a entidade, mais de 70% não receberam investimentos externos.

Ou seja, o potencial e as possibilidades são enormes para quem deseja se tornar um investidor da área, a começar pela modalidade Anjo, no qual pessoas físicas com capital próprio aportam em empresas nascentes com alto potencial de crescimento.

Para começar a apostar nas startups, Fabiany Lima, diretora geral da DiliMatch, consultoria estratégica que facilita todo o processo de busca, negociação e fechamento de contrato entre investidores e startup, separou seis dicas importantes.

Veja:

  • Estude o setor

Antes de investir em startups, é essencial ter em mente que startups são empresas e investimentos de alto risco, que precisam do valor do aporte para, possivelmente, multiplicar seu crescimento – que pode bem errado.

Nesse último caso, o investidor pode não ver retorno nenhum do dinheiro que investiu, ou seja, perder o valor investidor.

Por isso, investigue a trajetória das empresas do setor em que pretende investir e qual a resposta do mercado, para saber o que esperar.

  • Compreenda os benefícios

Ao apostar em uma startup, o investidor recebe como contrapartida um percentual do negócio, que varia entre 5 a 15%.

Quando a startup crescer, ela irá valer mais e, assim, a parcela desse investidor também será valorizada. Mas, é importante entender que esse processo pode demorar meses ou anos — no Brasil, acredita-se que o tempo médio gira em torno de três a sete anos.

  • Estabeleça o caminho

O investidor individual hoje se divide entre algumas opções conforme o tamanho do seu aporte — variando por volta de R$100 mil a R$800 mil — e o interesse em participar do processo de decisão.

É possível também somente participar de rodadas em equity crowdfunding (com aportes a partir de R$ 5 mil), ser o primeiro investidor da startup sozinho ou com mais dois ou três investidores próximos, se juntar a grupos de anjos ativos que selecionam oportunidades e apresentam a ele ou liderar um grupo de anjos.

  • Defina uma tese

Um dos erros iniciais mais comuns é o de sair atirando para todo lado.Mesmo investidores anjo, que administram seu próprio dinheiro e são os únicos decisores, devem possuir uma tese de investimento para se sentir mais satisfeito com seu portfólio, podendo incluir várias restrições e/ou preferências, sendo, as mais claras, sobre o mercado, tamanho do aporte, modelo de negócio e composição do time.

Há teses que também tratam do cap table e a porcentagem das ações mínima que os fundadores devem ter.

  • Pense!

Para conseguir algum retorno, o investidor anjo precisa ter uma carteira com pelo menos dez empresas. Por isso, precisa calcular quanto investir em cada uma, notando suas necessidades individuais.

Como as chances de fracasso e sucesso nem sempre são previsíveis, o ideal é apostar em empresas que atinjam um grande mercado, pois as chances de sucesso podem ser maiores.

  • Faça sua parte

Além do valor que dispõe ao empreendedor, no geral, os investidores que trabalham só com isso também costumam ter um papel ativo na startup com o que chamam de smart money, ou seja, contribuições além do dinheiro, que podem ser conhecimento, contatos ou, até mesmo, execução de atividades.

Fonte: MoneyTimes