A produção de grãos e fibras deve bater recorde histórico na safra 2019/20 impulsionada pela soja. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projetou colheita de 245,8 milhões de toneladas, o que representa 1,6% de crescimento em relação a 2018/19, quando a colheita foi de 242 milhões. Esse crescimento deve manter sob controle os custos em segmentos como o de carnes e deve gerar bons resultados para a balança comercial em 2020.

Com uma área plantada estimada em 63,9 milhões de hectares, 1,1% maior do que no ciclo passado, e produtividade média das lavouras 0,5% superior, de 3.845 quilos por hectare, a produção deve ser beneficiada por previsões meteorológicas favoráveis.

A soja deve voltar a liderar o incremento da colheita. A Conab estimou crescimento da área plantada de 1,9% em relação ao ciclo 2018/19, para 36,6 milhões de hectares, e um aumento de 2,7% na produtividade média das lavouras na mesma comparação, para 3.292 quilos por hectares. Com isso, a colheita esperada é de 120,4 milhões de toneladas, 4,7% a mais do que em 2018/19 e quase 1% acima do recorde de 2017/18 (119,3 milhões).

Se confirmado esse volume, o Brasil será o maior país produtor de soja do mundo em 2019/20, à frente dos Estados Unidos.

Mato Grosso seguirá liderando a produção de soja do país na safra 2019/20. No Estado, a área deve crescer 2,6%, para quase 10 milhões de hectares, mas a produtividade média tende a cair 0,5%, para 3.328 quilos por hectare. A colheita deve atingir 33,1 milhões de toneladas.

Depois dos problemas climáticos que afetaram sua produção em 2018/19, o Paraná deve recuperar a segunda posição no ranking de produção de soja do país. A Conab calcula aumentos de 0,9% da área de cultivo no Estado, para 5,5 milhões de hectares; de 17,4% da produtividade, para 3.509 quilos por hectare; e de 18,5% da colheita, para 19,3 milhões de toneladas.

O Rio Grande do Sul deve voltar ao terceiro lugar. A Conab calcula que a área no Estado aumentará 1%, para 5,8 milhões de hectares, mas que a produtividade média das lavouras gaúchas recuará 5,1%, para 3.153 quilos por hectares. A produção, portante, foi estimada em 18,4 milhões de toneladas, 4,1% menor que em 2018/19.

Já a produção de milho deve registrar queda na temporada 2019/20, frente a recorde histórico no ciclo 2018/19. No total, a área plantada deve crescer 0,2%, para 17,5 milhões de hectares, mas com produtividade média 1,9% menor (5.610 kg por hectare). A colheita esperada é de 98,4 milhões de toneladas, com queda de 1,7% ante 2018/19.

Se de fato os volumes previstos para as colheitas de soja e milho se confirmarem, o cenário pode melhorar para os frigoríficos brasileiros de carnes de frango e suína no ano que vem. Esses grãos são básicos para a produção de rações, cujos preços, com isso, tendem a se manter sob controle.

No caso do algodão, projetou a Conab, a área deve crescer 1,2% em 2019/20, para 1,6 milhão de hectares, O plantio deve ter início em novembro e, por enquanto, a previsão climática também é favorável. Apesar disso, a produção prevista, de 2,7 milhões de toneladas da pluma deverá ser menor 0,4% que na última safra. Segundo a estatal, a queda projetada decorre de uma redução de produtividade de 1,5%, para 1.659 quilos por hectare, motivada basicamente pela elevada base de comparação, já que a cultura recebeu muitos investimentos no ciclo passado e o clima também ajudou.

Para arroz e feijão, dupla preferida no prato dos brasileiros, a tendência é de poucas variações, como tem sido a tônica das últimas safras. A colheita de arroz foi estimada pela Conab em 10,6 milhões de toneladas, 1,9% mais que em 2018; para o feijão a previsão é de queda de 1,8%, para 2,7 milhões de toneladas no total, somando as três safras da cultura.


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