Perspectivas do segmento de Crédito e Cobrança

O comportamento do segmento de Crédito e Cobrança para 2018 assim como qualquer segmento da economia brasileira está intimamente ligado à necessidade das reformas que atualmente estão sendo discutidas no congresso e à eleição presidencial que já bate às nossas portas.

Se a cada final de ano se renovam as incertezas sobre o ano que virá (apesar da esperança), 2018 se apresenta como um ano mais difícil ainda de ser prever, dado o quadro político caótico, a situação da economia (apesar de alguns bons indicadores) e o espectro social com mais de 12 milhões de desempregados.

2018 será marcado por uma extensa e agressiva campanha presidencial que deverá tomar todas as discussões em tempo integral, seja nos botecos da vida seja em plenários com políticos, executivos e sociedade. Lula foi preso e não poderá concorrer? Quem é Bolsonaro? Marina vai correr por fora? Alckmin é mais do mesmo? Estas perguntas vão permear à exaustão qualquer discussão e devem se estender até a eleição, o que na verdade significa perder o ano inteiro…

Até que ponto a eleição será afetada pelos resultados da operação Lava-Jato? Como a sociedade vai demonstrar nas urnas a sua insatisfação em relação aos fantasmas que a cada dia saem dos armários da política brasileira? Penso que ninguém ainda tem uma visão clara destas questões.

E nem estamos na Copa do Mundo que todos sabemos se tratar de períodos que paralisam a economia…

Crédito é o motor da economia, porém, infelizmente não devemos repetir o histórico de quatro anos atrás com crescimento médio entre 12 e 15%; ao contrário, devemos esperar um crescimento pífio, incompatível com o tamanho da economia brasileira. Crédito como % do PIB está em queda livre já há um longo tempo – Dez/15 (53,7%), Dez/16 (49,6%) e agora em Nov/17 (47,1 %).

A pequena expansão continuará através do crédito consignado e de outras modalidades de crédito mais garantido e que evitem uma explosão da inadimplência. Apesar da queda dos juros – porém ainda em patamar elevado (a 4º. maior do mundo) – os empréstimos continuarão inacessíveis para a grande maioria dos brasileiros.

As fintechs de crédito devem proliferar (já são dezenas), entretanto poucas permanecerão no mercado, principalmente com o Banco Central acenando a sua regulamentação – ainda assim, com um viés positivo, trazendo modernidade para o segmento. Um aspecto que deve ganhar uma maior dimensão será a entrada de novos players neste mercado, com maior poder de investimento e com grandes possibilidades de dar algum impulso no mercado.

A inadimplência não deverá ser uma grande preocupação, tendo em vista que o crédito será escasso e o nível de endividamento alto; mais de 60 milhões de brasileiros negativados.

Penso que várias assessorias de cobrança não terão capacidade de resistência.. Muitas já trabalham apenas na sobrevivência; apenas aquelas com um poder maior de adaptação às novas demandas do mercado terão alguma chance. Acredito também que a falta de sensibilidade dos contratantes continuará a nortear os caminhos deste mercado. Exemplos positivos de parceria podem ser copiados dos USA e Europa, mercados mais sofisticados que o nosso.

Uma visão presente e extremamente positiva é que o mercado de gestão de risco cresceu, profissionalizou-se e com a chegada de novos talentos, proporcionam uma contribuição bem-vinda e que deve se ampliar em 2018.

 


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