O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) irá promover um hackathon incitando empresas e profissionais de diferentes áreas a criaram soluções para compor um conjunto de inovações tecnológicas que a instituição usará para trabalhar com segurança e precisão o Sistema Interligado Nacional (SIN).

As informações sobre o projeto foram reveladas pelo diretor de TI, Relacionamento com os Agentes e Assuntos Regulatórios do NOS, Marcelo Prais. O diretor aproveitou o seminário virtual realizado pela consultoria Thymos Energia e Cogen no dia 12 de junho, e falou sobre o tema.

Hackathon é o termo usado para determinar um evento no qual programadores, hackers, desenvolvedores de softwares operam por horas, dias e até mesmo semanas, com o objetivo de elaborar soluções para problemas.

Prais também comentou que a pandemia atrapalhou o calendário do órgão, mas a entidade segue com interesse no evento, cuja data ainda não está definida. “A ideia é construir parcerias com novas empresas, formando uma rede de inteligência para contribuir para inovação tecnológica do setor elétrico”, disse.

Para ele, o ONS cada vez mais será um hub de informações para os agentes. “Saímos de um paradigma de automatizar as atividades para outro cenário onde você cria um repositório de consumo de informações e oferece as ferramentas de análise. A tecnologia deixa de ser um suporte e passa a ser protagonista das transformações do setor elétrico”.

O diretor ainda antecipou alguns dados de um estudo que está em fase final de conclusão pela Agência Alemã de Cooperação Internacional, a GIZ, feito em conjunto com a ONS e a Empresa de Pesquisa Enérgica (EPE), e patrocinado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

De acordo com Prais, os dados revelam que quando a carga nacional de energia for o dobro da carga verificada em 2017, passando de 65.585 MW médios para 131.170 MW médios, o país terá 30 GM de capacidade instalada em geração distribuída (10% da matriz), 70 GW (22%) em eólicas, 29 GW em solar (10%), com as hídricas diminuindo sua contribuição de 60% para 38%. De forma geral, as renováveis responderão por 47% da matriz elétrica.

Dessa forma, os reservatórios das hidrelétricas deverão ficar sem o movimento de enchimento e esvaziamento como acontece atualmente entre o verão e o inverno. Outra questão, é que o custo marginal da operação terá um comportamento inverso ao atual, com valores mais baixos durante o período de seca.

“É uma mudança de paradigma muito grande, um aumento da complexidade. No entanto, a gente entende que esse sistema é gerenciável e a tecnologia vai prestar um papel fundamental para a operação do sistema”, declara Prais.