A Amazon decidiu que livros, roupas, eletrônicos e brinquedos não eram mais o suficiente para a varejista. A partir de agora a companhia de Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo, vai se aventurar em uma área que pode trazer ainda mais dinheiro para a empresa: a farmacêutica.

A partir de agora, os consumidores poderão se inscrever em uma loja dentro da varejista criando um perfil de “farmácia segura”, com a opção de adicionar informações sobre plano de saúde, problemas de saúde, como alergias, e prescrições regulares que precisam ser compradas. Segundo a CNBC, diversos medicamentos serão oferecidos, desde genéricos aos de referência.

Entre eles, estão drogas comumente receitadas, como insulina, cremes de esteroides, metformina para o controle de açúcar no sangue e sumatriptano, remédio comumente receitado para enxaquecas. A farmácia da Amazon não venderá medicações como a Oxicodona, em meio a uma crise de viciados em opioides que afeta cada vez mais os Estados Unidos e causam preocupação em meio à pandemia do novo coronavírus.

Os usuários que tem a assinatura do Amazon Prime terão vantagens em relação aos outros consumidores, como gratuidade em deliveries de até dois dias e discontos em medicações — a companhia de Bezos afirma que os membros do Prime conseguirão salvar “até 80% de seu dinheiro em medicamentos genéricos e 40% em medicamentos de marca”, mesmo sem plano de saúde. A empresa também afirma que os usuários conseguirão salvar medicações compradas pessoalmente em até 50 mil farmácias nos Estados Unidos, como a Rite Aid, a CVS, Walmart e Walgreens.

Por enquanto, a Farmácia da Amazon estará disponível em apenas 45 estados nos Estados Unidos. O Hawaii, Illinois, Kentucky, Louisiana e Minnesota terão de esperar — e o Brasil também, é claro. Mas aí já estamos falando de outros países.

A mudança da Amazon é tudo, menos imprevista. Isso porque, segundo o site Healthcare Weekly, que foca em notícias sobre o setor farmacêutico, a indústria vale 312 bilhões nos Estados Unidos, com um crescimento anual de 3% — impulsionado exatamente pelo crescimento de compras online e entregas à domícilio.

A Amazon, que não dá ponto sem nó, mais uma vez fez um investimento em um setor que só cresce.

Um dos pontos positivos para a companhia é a rapidez em suas entregas e sua logística organizada. Investir em entregar medicamentos enquanto os novos casos de coronavírus voltam a subir é nada mais do que um movimento de negócio importante. Com mais pessoas em casa, receber medicamentos em casa é extremamente atrativo.

No Brasil, é possível fazer compras em farmácias usando o serviço de entregas Rappi. O app, no entanto, não entrega remédios que necessitam de receitas, como antidepressivos, entre outros.

Segundo o vice-presidente do setor de consumidores para a América do Norte, Doug Herrington, a “dinâmica vai funcionar a favor da companhia”. “Quanto mais gente fica em casa e faz as suas atividades por lá, a farmácia é uma adição importante e necessária para a loja online da Amazon”, explica.

Lucros

Em 29 de outubro, a Amazon divulgou seus lucros para o terceiro trimestre do ano.

As expectativas eram de que a receita da gigante crescesse em até 30% no terceiro trimestre de 2020 quando comparado ao mesmo período de 2019. As expectativas, então, foram atendidas — e superadas: a companhia teve uma receita de 96,1 bilhões de dólares para o trimestre. No ano passado, valor foi de 70 bilhões de dólares.

2020 tem sido um ano bom para a companhia de Bezos, que passou pela pandemia quase que ilesa quando o assunto é financeiro. O e-commerce cresceu como nunca antes havia crescido em anos anteriores e a empresa, como outras de “ficar em casa”, teve um bom resultado até o momento.

Fonte: Exame