Somente durante o mês de outubro, o mercado de venture capital no Brasil movimentou US$ 221 milhões (R$ 1,27 bilhão) com 49 aportes feitos em startups. O valor representa mais que o triplo do registrado no mesmo mês em 2019 (US$ 61,6 milhões), de acordo com levantamento feito pelo Distrito Dataminer, entidade dedicado a realizar pesquisas do setor.

Para além do venture capital, nos dez primeiros meses de 2020, as startups do país receberam um total de US$ 2,49 bilhões (R$ 14,35 bilhões) ao longo de 338 rodadas de investimento, o que representa 3% a mais do que o total no mesmo período do ano passado.

Boa parte dos aportes (292) são dos primeiros estágios de investimento, como o de um investidor-anjo. Ainda segundo o levantamento, 93% do valor está concentrado em estágios mais avançados, como séria A, G e private equity.

As fintechs, dedicadas a soluções financeiras, foram as que mais atraíram investimento no acumulado do ano: mais de US$ 1 bilhão em 70 rodadas. Logo em seguida, estão as startups focadas em varejo com US$ 274 bilhões em 32 aportes.

Gustavo Gierun, cofundador do Distrito, revela que o mercado ficou aquecido recentemente, já que no início da pandemia os investidores estavam cautelosos. “Ao que tudo indica, há grandes chances de termos o melhor ano da história para o universo das startups brasileiras”, diz.

Os grandes responsáveis por esse crescimento são os fundos estrangeiros. Somando diferentes rodadas, o grupo SoftBank, por exemplo, investiu US$ 1,3 bilhão em empresas brasileiras. No período também ocorreu a maior rodada série A do país. No caso, a mineira Take, recebeu US$ 100 milhões em uma rodada liberada pelo fundo americano Warburg Pincus.

O maior aporte foi no valor de US$ 15 milhões, feito pelos fundos Valor Capital Group e Monashees na Sami, que desenvolve tecnologias para operadoras de saúde.  A startup revelou que o próximo passo é lançar seu próprio plano de saúde.

Fonte: Folha de São Paulo