Em 15 de setembro de 2008, a Crise do Subprime, que começou nos Estados Unidos, atingiu seu ápice com a falência do Banco Lehman Brothers e então o mundo embarcou na maior crise econômica da história desde A Grande Depressão de 1930.
Por causa da falência do banco, da grande instabilidade do mercado financeiro na época e dos escândalos que eram comentados em todos os noticiários, um grande número de investidores perdeu a confiança no modelo bancário tradicional e retirou o dinheiro das instituições.
E foi em meio a esse momento caótico da história em que se popularizaram as fintechs, empresas de solução financeira mais jovens e menos burocráticas, uma alternativa para atender às necessidades dos clientes que já não confiavam mais em bancos tradicionais.
Mas, afinal, o que são as fintechs?
O nome “fintech” é a abreviação do termo “financial technology”, e essa é a principal proposta dessas organizações, fazer o uso de tecnologia e inovação para criar soluções financeiras de forma totalmente digital como cartões de crédito, empréstimos, contas bancárias e até mesmo serviços de seguro, produtos que antes eram exclusivamente vendidos por bancos tradicionais.
O grande diferencial das fintechs para os bancos tradicionais é a facilidade proporcionada ao usuário, afinal, a maioria dos serviços prestados pode ser acessada diretamente dos celulares dos clientes e sem a necessidade de conversar com um atendente. Além disso, a ausência de taxa para alguns serviços também é um dos diferenciais em bancos digitais como o NuBank, que fornecem cartões de crédito sem anuidade.
É muito importante ressaltar que a facilidade de acesso a esses serviços também resulta na maior inclusão das pessoas ao uso das tecnologias financeiras e administração de suas finanças. Afinal, um dado divulgado pelo Instituto Locomotiva em janeiro de 2021 mostrou que mais de 16 milhões de brasileiros ainda não possuem conta em qualquer banco, um total de 10% da população.
Apesar de a popularização das fintechs ter ocorrido em 2008, não se sabe ao certo em que momento elas surgiram ou até mesmo qual foi a primeira delas. Alguns especialistas especulam que foi o PayPal, fundado em 1998 em Palo Alto, na Califórnia, mas o que se sabe com certeza é que esse modelo de negócio veio para ficar.
Instituições independentes como Banco Inter, BTG Pactual Digital e NuBank já contam com milhões de usuários e até mesmo alguns dos bancos tradicionais como o Bradesco já notaram a tendência e se adaptaram criando a sua própria fintech, o Banco Next.
Os números só aumentam
De acordo com o relatório Radar FintechLab de 2020, de junho de 2019 para agosto de 2020 houve um salto de 604 para 771 startups de iniciativa financeira, isso apenas no Brasil.
O State of FinTech, estudo realizado trimestralmente pelo BCG (Boston Consulting Group), relatou que no terceiro trimestre de 2021 foram investidos aproximadamente 34 bilhões de dólares em fintechs globalmente, 155% a mais do que no ano passado.
Números tão expressivos só comprovam que as fintechs são um modelo de negócio muito atrativo para os clientes. Mas e para os funcionários? Quais são as vantagens para os colaboradores de uma fintech?
As vantagens de trabalhar em uma fintech
Nas empresas que desafiam o modelo tradicional de negócio dos bancos clássicos, a rotina de trabalho e a carreira dentro de uma fintech são bem diferentes do usual. Confira abaixo três vantagens únicas de quem trabalha em uma fintech:
Facilidade de crescimento:
Os bancos tradicionais costumam ter um plano de carreira mais complicado, e ascender ao topo de um pode demorar décadas. Já nas fintechs, a cultura é muito mais horizontal, facilitando assim promoções e mudanças na carreira. Além disso, por causa do crescimento rápido dessas empresas, é bem comum que pessoas mudem de time e projeto com bastante frequência.
Liberdade para criar:
Diferente de empresas mais conservadoras, que seguem processos estritos e geralmente muito burocráticos, as fintechs em uma cultura mais descomplicada, buscam profissionais que estão dispostos a arriscar e testar novas estratégias. Sendo assim, quem trabalha em uma fintech tem a liberdade de sugerir e testar novas soluções para os problemas encontrados no mercado bancário todos os dias.
Cultura empresarial única:
Antigamente pensar que grandes empresários usariam qualquer roupa que não fosse social era loucura, já nos dias de hoje é muito comum encontrar donos de empresas se vestindo para o trabalho como se estivessem indo para um encontro com amigos.
Isso é parte da cultura empresarial desprendida das startups e fintechs atualmente.
Conceitos como dress code e trabalho 100% presencial já não existem mais, e o funcionário tem a liberdade para se vestir como achar confortável e decidir quando irá ao escritório ou não.
Um estudo realizado pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) entrevistou aproximadamente 1300 pessoas, das quais 70% afirmaram que se sentem mais produtivas ao trabalhar em home-office, modelo menos presente em bancos tradicionais, que ainda optam pela jornada presencial integral.
Ao que tudo indica, a tendência é que cada vez mais surjam fintechs no mercado, e mesmo com a alta demanda de funcionários, há pouca mão de obra realmente qualificada.
Fonte: Exame.