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Antes mesmo de completar quatro anos de operação, a Loft recebeu o maior aporte de uma startup brasileira na história. O investimento de US$ 425 milhões, cerca de R$ 2,3 bilhões, foi liderado pelo fundo norte-americano D1 Capital e teve a participação de pelo menos, dez outras instituições de venture capital e private equity, sendo elas: Tigor Global, Andressen Horowitz, Silver Lake e Monashees.

Em entrevista à Forbes, o cofundador e CEO da Loft, Mate Pencez, revelou que tanto o aporte quanto a atual avaliação da empresa foram resultado de um ano de crescimento para a plataforma. Para ele, o que impulsionou o sucesso foi à intensificação da cultura do e-commerce no Brasil, assim como a possibilidade de comprar imóveis de forma totalmente digital.

Essa movimentação financeira pode significar o primeiro passo da Loft para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). “A maioria dos investidores que entraram nessa rodada não investem em empresas privadas. O foco deles está mais em companhias públicas”, diz Pencz. “Eles estão colocando um pé forte na Loft que, na visão deles, deveria ser em médio ou longo prazo uma empresa de capital aberto.”

Com a situação financeira positiva, o objetivo agora é investir grande parte dos US$ 425 milhões na criação de novas funcionalidades da plataforma, assim como no incremento da experiência do usuário. Segundo Pencz, cerca de 95% do foco da Loft está em buscar novas oportunidades para fortalecer o seu negócio principal: a venda e compra de imóveis pela plataforma.

E ainda, o CEO da Loft revelou qual é sua inspiração para os próximos anos: a gigante do varejo Amazon. Embora pertencentes a diferentes ramos de atuação, a proptech quer replicar a facilidade de compra desenvolvida pela companhia criada pelo homem mais rico do mundo, Jeff Bezos. “Comprar alguma coisa na Amazon é uma experiência extremamente prazerosa”, diz. “Já no mercado imobiliário, essa experiência não é igualmente positiva.”

O processo de compra e venda de imóveis é moroso e,  quase sempre, burocrático. De acordo com Pencz, há mais de 180 etapas entre a intenção de se adquirir um apartamento até a mudança. A perspectiva é de que, com investimento, essa jornada seja cada vez mais digital.

Expansão

Para conseguir crescer mais, o aporte não será destinado apenas à tecnologia e construção de novas formas de digitalizar o processo de compra de imóveis. A Loft quer levar o serviço para mais três capitais brasileiras até o final deste ano. Os municípios não foram escolhidos por enquanto.

Por ora, a empresa atua apenas nas cidades de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Os vendedores dessas duas capitais do sudeste são responsáveis por, aproximadamente, 15 mil imóveis no portfólio da plataforma. Em menos de um ano de operação no modelo marketplace, a proptech cresceu 15 vezes no número de unidades disponíveis para a compra.

Segundo Pencz, também há planos de levar o modelo e a tecnologia da Loft para outras capitais e regiões metropolitanas da América Latina. No entanto, essa movimentação ficará para um futuro mais distante.

Fonte: Forbes.