Duas gigantes do ramo de aluguel de automóveis, a Localiza e a Unidas, anunciaram um acordo para a incorporação de ações, ou seja, uma fusão. Os acionistas da Localiza passam a deter 76,85% da empresa combinada, já os acionistas da Unidas, ficam com 23,15% da nova empesa. O valor de mercado combinado das duas empresas é de 50,5 bilhões de reais: 39,24 bilhões de reais da Localiza e 10,7 bilhões de reais da Unidas.
A empresa combinada terá uma receita líquida de 14,87 bilhões de reais e ebitda de 2,29 bilhões de reais, segundo os números das duas empresas de 2019. O lucro líquido somado das duas empresas foi de 1,18 bilhão no ano passado. Juntas, elas têm quase 491.000 veículos – 336.000 no segmento de aluguel e 154.000 em frotas corporativas. Por conta da transação, a Unidas poderá distribuir dividendos de 425 milhões de reais aos seus acionistas.
Os acionistas fundadores da Localiza, como a família Mattar e a família Brandão Resende, ficam com 8,5% e 8,1% do capital, respectivamente. Já do lado da Unidas, os acionistas fundadores Luís Fernando Porto, Sérgio Augusto Resente e Dirley Ricci deterão 2,3%, 2,3% e 1,9%, respectivamente. O empresário Salim Mattar, co-fundador da Localiza, foi secretário de Desestatização e Privatizações do governo Jair Bolsonaro, cargo que deixou em 12 de agosto.
A transação está sujeita à aprovação dos acionistas e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). O Bank of America atuou como assessor financeiro exclusivo da Localiza e o Banco Itaú BBA atuou como assessor financeiro exclusivo da Unidas. O Pinheiro Neto e o Machado Meyer atuaram como assessores legais da Localiza e Unidas, respectivamente.
As locadoras também sofreram com os impactos da pandemia. A Localiza registrou uma baixa de 53% nos lucros no segundo trimestre do ano, para 89,9 milhões de reais, e de quase 32% nas receitas no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período de 2019, para 1,57 bilhões de reais.
No mês de agosto, a Localiza comunicou o rompimento da parceria com a Hertz. A Localiza havia adquirido a operação da Hertz no Brasil em 2016, tornando-se na época, umas das maiores locadoras da região. Com a crise econômica imposta, a americana Hertz solicitou recuperação judicial nos EUA em maio deste ano.