Os agentes do mercado de energia estão preocupados com o andamento da reforma do setor elétrico, cujo o objetivo básico é estabelecer um ambiente mais moderno, eficiente e proporcionar à população a possibilidade de escolha de fornecedores de energia.

A velocidade de movimentação das necessidades emergenciais e estruturais é muito menor do que a exigida pelo mercado de energia. O avanço das pautas estruturais se tornam ainda mais desafiadores após a pandemia e o apagão do Amapá.

“Estamos caminhando em um ritmo bom, mas ainda temos muito a fazer”, declarou o secretário de Energia Elétrica, Rodrigo Limp, representando o Ministério de Minas e Energia no painel de abertura da 12° edição do Encontro Anual do Mercado Livre, na última quarta-feira, 25.

Segundo ele, tudo que precisa ser feito está devidamente mapeado pelo MME, para que a reforma possa avançar em 2021. “Temos que avançar na conversão da Medida Provisória 998/20 e nos projetos estruturais para que a gente consiga ter um ambiente de negócios mais competitivo e que todos os consumidores possam participar do mercado livre, como já ocorre em diversas partes no mundo, como nos EUA e na Europa”.

A MP coloca um ponto final aos subsídios às fontes renováveis, assim como abre caminho para a realização de leilões de capacidade com custos compartilhados entre os ambientes regulados e livre. Todavia, sua vigência já foi postergada por mais 120 dias e corre o risco de caducar.

O presidente da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel), Reginaldo Medeiros, pontuou as prioridades da associação: redução das barreiras de acesso ao ambiente livre, criação de mecanismos para aumentar a segurança do mercado; e aprimorar o sistema de formação do preço de energia, para que este fique cada vez mais próximo da realidade operativa.

O executivo revelou que um estudo feito pela consultoria Thymos Energia, a pedido da Abraceel, foi enviado à alta cúpula do setor elétrico brasileiro, com informações “fundamentadas” abordando todos os aspetos necessários para executar a modernização das regras do segmento.

Por fim, em tom de crítica, Medeiros comentou que o setor elétrico sempre priorizou solucionar questões emergenciais, porém não tem a mesma prioridade para aprovar as reformas necessárias.

Fonte: Canal Energia