Os efeitos causados pela propagação do novo coronavírus atingem de maneira intensa a economia. Líderes empresariais do mundo inteiro buscam compreender como a economia irá se levantar no pós crise.

Um estudo realizado pelo Global Capital Confidence Barometer da EY, aponta que 56% dos empresários já planejam aquisições para os próximos 12 meses, uma maneira de prever as necessidades que virão no pós-crise a partir de pechinchas no mercado.

O estudo foi feito entre fevereiro e março deste ano com 2.900 executivos entre diretores, presidentes, e diretos financeiros de 45 países e mostrou como os líderes executivos do mundo veem o desempenha pós-crise da economia global.

Em fevereiro, antes do novo coronavírus ser classificado como pandemia, somente 18% dos entrevistados tinham uma visão negativa para a expansão da economia global e 47% positiva. Após o surto da pandemia, poucas semanas depois, 46% passaram a dizer que tinham perspectiva negativa e 73% afirmaram que o vírus traria grandes impactos econômicos.

Eduardo Tesche, sócio de consultoria em estratégia e operações da EY, diz que: “o cenário é critico em diversos âmbitos da sociedade, mas os maiores impactados nessa crise são as pessoas”.  Para Tesche, é preciso que as empresas estejam focadas na preservação das vidas, no bem-estar da força de trabalho e na manutenção dos empregos.

Futuro

A opinião de 54% dos líderes empresariais entrevistados globalmente é que a recuperação da crise causada pelo novo coronavírus será com um período de atividade econômica lenta que pode se estender até 2021.

A fatia que aposta em uma recuperação mais acelerada, com a volta significativa das atividades econômicas ainda nesse terceiro trimestre, é de apenas 38%.

No entanto, em entrevistamos não veem como muito provável um efeito “L” na recuperação pós-crise, um período mais longo de recessão econômica com atividade mundial ganhando ritmo apenas em 20221. Somente 8% acreditam nessa hipótese.

O planejamento inclui a busca por oportunidades. Dos executivos consultados, 36% “concordam plenamente” com a afirmação “estou mais focado em oportunidades para aquisições”. Mais 34% disseram que “concordam”, totalizando 70% de executivos a procura de oportunidades em M&A.

Tesche acredita que o momento pode ser fundamental para empresas fazerem aquisições de relevância em um mercado em recuperação. “O cenário de fusões e aquisições geralmente permite às empresas fazerem aquisições de alta qualidade em um mercado em recuperação, o que pode ajudar a acelerar o crescimento da economia no pós-crise”, complementa Tesche.

Não à toa, mais da metade dos líderes entrevistados (56%) afirmam que a intenção de buscar ativamente fusões e aquisições nos próximos 12 meses permanece elevada.

No futuro, executivos também sinalizam que priorizarão novos investimentos em digital e tecnologia (43%) e na alocação de capital em seu portfólio (42%). A ideia é ser mais ágil na identificação de oportunidades de crescimento e na mitigação de riscos ao negócio. Mas 72% dos líderes admitem que devem realizar revisões mais regulares da estratégia e do portfólio.

Cenário nacional

Em fevereiro o cenário do país era outro e empresários e líderes brasileiros estavam otimistas. De todos os líderes empresariais entrevistados no Brasil, 65% disseram que a perspectiva para o crescimento da economia global neste ano era positiva.

Entretanto, no dia 26 de março o jogo virou. A proporção dos entrevistados que diziam acreditar em um desempenho positivo da economia global em 2020 foi reduzida para 23% – de acordo com a média global.

Para os empresários entrevistados, os setores que mais sofreriam com a crise seriam Manufatura, Transportes e automotivo, Consumo e Serviços Financeiro. De outro lado, os setores de Telecomunicações, Mídia e entretenimento, Life Sciences, Construções e Imóveis podem sofrer menos.

Mesmo que o otimismo dos líderes globais tenha despencado, a pesquisa mostra e reflete esse grande nível de incerteza global.

De acordo com o levantamento feito pela EY, 53% dos executivos acreditam que atualmente é muito mais difícil prever as tendências e qualquer tipo de comportamento do mercado.

Fonte: Infomoney

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