Categoria(s) do post: Finanças

Os juros futuros flutuavam perto da estabilidade nos primeiros negócios desta segunda-feira, mas passaram a operar em forte alta e foram impulsionados às máximas do dia após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmar que a autoridade está analisando a surpresa inflacionária do IPCA de março. Já o dólar comercial operava perto da linha d’água, subindo 0,02%, cotado a R$ 4,7104, por volta de 9h40.

No horário acima, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 variava de 12,97% no ajuste anterior para 13,12%, depois de máxima a 13,15%; e a do DI para janeiro de 2024 aumentava de 12,43% para 12,69%, após pico a 12,72%.

Em vencimentos mais longos, o juro do DI para janeiro de 2025 escalava de 11,77% para 11,99%; e o do DI para janeiro de 2027 crescia de 11,50% para 11,69%.

O mercado de juros futuros, assim, acelera o movimento de alta de sexta, quando o IPCA de março exibiu taxa acima do teto das estimativas de analistas e fez os juros do mercado dispararem. O catalisador do movimento são os comentários do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que a autoridade monetária está “analisando essas surpresas” do IPCA vistas em “repasses de combustívels, vestuário, alimentação fora do domicílio”. Ele participa, no momento, no evento “O cenário econômico e a Agenda BC#”, promovido pela Arko e Traders Club, por videoconferência.

Campos Neto, que reconheceu que o número da inflação oficial de março foi uma “surpresa”, também afirmou que o BC tem comunicado “com transparência” que “nossa inflação está muito alta, núcleos estão muito altos”.

Em reação ao número mais elevado de inflação e à composição do dado, que mostra persistência e espalhamento da alta de preços, a curva de juros futuros passou a precificar, na sexta-feira, uma taxa Selic de 13,25% ao fim de 2022. Isso significa que os agentes financeiros agora entendem que o BC será forçado estender o ciclo de alta de juros para além do nível de 12,75% que deve ser alcançado em maio.

No exterior, a semana dos mercados começou da mesma forma que a última acabou: com temores inflacionários elevando as curvas de juros globais e pondo os principais índices acionários no campo negativo. Na China, a inflação subiu 1,5% em março, acima das expectativas de 1,2%, e a contaminação por covid-19 segue aumentando e impondo novos lockdowns, desacelerando a economia do país e impactando a percepção sobre a recuperação econômica global. Como resultado, na Ásia, as principais bolsas encerraram a sessão em queda, com as perdas lideradas por Hong Kong (-3,03%) e Xangai (-2,61%).

Mantendo vivo o debate sobre um aperto mais agressivo dos juros americanos, a integrante do conselho do Federal Reserve, Michelle Bowman, profere discurso às 10h30 (de Brasília). No mesmo horário, Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, faz discurso. Por fim, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, fala às 13h40.

“O momento já propicia um relevante aperto das condições financeiras do mundo. Contudo, esse aperto ainda está concentrado em poucos países e regiões (Rússia, China, e etc). É natural supor que os EUA também precisem continuar apertando suas condições financeiras (por bem ou por mal) para desacelerar a inflação no país”, diz Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos.

Fonte: Valor Econômico PRO.

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