Nesta segunda-feira 16/09, o Banco Central divulgou o Relatório Focus, trazendo atualizações significativas nas projeções econômicas para 2024.

As expectativas para a inflação, o PIB e o câmbio foram ajustadas para cima, enquanto a previsão para a taxa básica de juros manteve-se estável.

Para 2024, a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo subiu de 4,30% para 4,35%, marcando a nona semana consecutiva de alta. As estimativas para a inflação dos anos seguintes também foram ajustadas: para 2025, a previsão aumentou de 3,92% para 3,95%, e para 2026, passou de 3,60% para 3,61%, após 14 semanas de estabilidade.

Colocando a perspectiva para 2027, por sua vez, permanece inalterada em 3,50% há 63 semanas.

As expectativas para a variação dos preços administrados dentro do IPCA em 2024 diminuíram de 4,83% para 4,78%, e para 2025, de 3,81% para 3,80%. Para 2026, a estimativa se manteve em 3,70%, e a previsão para 2027 continua em 3,50% há 50 semanas.

Em relação ao Índice Geral de Preços – Mercado, as projeções para 2024 aumentaram de 3,69% para 3,70%, e para 2025, de 3,99% para 4,00%. As previsões para 2026 e 2027 permanecem inalteradas em 4,0% e 3,80%, respectivamente.

O desempenho robusto do setor de serviços no terceiro trimestre de 2024, com crescimento mensal de 1,2% em julho e de 4,3% em comparação anual, sugere que a desaceleração econômica pode ser menos pronunciada do que o previsto.

Isso também levanta questões sobre possíveis pressões inflacionárias até o final do ano, o que pode influenciar as decisões do Banco Central sobre a taxa de juros.

Inflação nas projeções econômicas e taxas de juros:

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, destaca que a surpresa positiva nos dados de julho pode ser atribuída principalmente ao desempenho dos serviços prestados às famílias e dos serviços profissionais, administrativos e complementares. Ela sugere que, com base nos resultados robustos, a desaceleração econômica esperada para o terceiro trimestre pode ser mais branda do que o antecipado, com uma expansão próxima de 3% ao final do ano.

No que diz respeito ao PIB, a mediana das projeções para 2024 aumentou de 2,68% para 2,96%, marcando cinco semanas de alta.

A previsão para 2025 permaneceu em 1,90%, e as estimativas para 2026 e 2027 se mantiveram em 2,0%, há 58 e 60 semanas, respectivamente.

A taxa básica de juros para 2024 foi mantida em 11,25%, após um aumento na semana anterior. Para 2025, a estimativa subiu de 10,25% para 10,50%, enquanto a previsão para 2026 permaneceu em 9,50%. A taxa esperada para 2027 continua em 9,0%, nível mantido há 17 semanas.

A mediana das projeções para o dólar em 2024 aumentou de R$ 5,35 para R$ 5,40, e para 2025, de R$ 5,30 para R$ 5,35. Para 2026 e 2027, as estimativas permaneceram inalteradas em R$ 5,30.

Igor Cadilhac, economista do PicPay, observa que a atividade econômica brasileira continua robusta, sustentada por um mercado de trabalho forte, crescimento da massa salarial e um ciclo de crédito favorável. Contudo, ele ressalta que a deterioração do quadro inflacionário pode exigir a manutenção das taxas de juros elevadas por um período mais longo.

Étore Sanchez, economista da Ativa Investimentos, também vê o crescimento do PIB para 2024 como promissor, mas considera prematuro revisar a previsão atual de 2,7%, destacando que o dado de julho é apenas o início do trimestre.

Fonte: Infomoney

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