Após perder para a Ânima a disputa pelos ativos da americana Laurate no Brasil, o grupo Ser Educacional têm novos objetivos.

Somente no mês de dezembro, o grupo realizou três aquisições – e elas não devem parar por aí. “Queremos construir um ecossistema digital de ofertas educacionais, formado com marcas fortes regionais”, disse Jânyo Diniz, presidente do maior grupo educacional do Norte e do Nordeste do país.

A partir de agora, a estratégia vai além do crescimento em medicina – área de grande interesse pelo ramo educacional, devido ao valor alto das mensalidades. A guinada digital da Ser, que ganhou velocidade e tom emergencial com a pandemia, será uma das principais vias de crescimento. Exemplo disso foi à aquisição de uma startup neste mês.

À frente de marcas como Uninassau, Uninabuco, Univeritas, Unama e Uninorte, o grupo chegou ao número de 200 mil alunos. Com a pandemia, os cursos à distância ganharam força, o que acelerou a estratégia digital e projetos estão sendo acelerados.

A empresa tem como objetivo para 2021, um investimento de R$ 150 milhões para a educação digital.

O primeiro passo do plano já foi dado. O grupo investiu na startup mineira Beduka, que atua no mercado de apoio online para alunos que buscam ingressar no ensino superior. “O portal tem mais de 800 mil visitantes únicos sem nunca ter tido publicidade”, afirma Diniz.

Dentro do projeto de expansão, ainda está a retomada da abertura de unidades e polos de ensino a distância, com cinco unidades digitais, que ofertarão cursos híbridos e 100% online e de 50 polos de ensino a distância, dedicados à oferta de cursos online. Visando a segurança dos estudantes, esses campus digitais serão localizados em shopping centers.

“Os cursos serão híbridos. O mercado mudou e isso é algo irremediável”, completa Diniz.

Nova estratégia

O grupo Ser passa por uma notável mudança de caminho. Em 2020, um ano atípico, a companhia investiu aproximadamente R$ 500 milhões para realizar cinco compras de ativos. Focada no ensino presencial, o grupo conseguiu dobrar as vagas do curso de medicina.

Rodrigo Alves, diretor de Relações com Investidores, revela que das compras efetuadas, três foram de cursos de medicina em regiões com crescimento do agronegócio – o que fomenta a procura por esse tipo de profissional.

Em relatório divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo, o Citi salienta a estratégia da empresa para aumentar sua presença no ecossistema de educação através de cursos digitais flexíveis.  “Em nossa opinião, a estratégia pode não apenas aumentar o mercado endereçável da empresa, mas também adicionar uma nova unidade de negócios de ativos leves com margens sólidas, retornos e geração de fluxo de caixa”, diz o banco. “Concordamos que os planos ainda são relativamente incipientes e a execução não é um passeio no parque, mas continua sendo uma opção atraente”, afirma o documento.

Fonte: InfoMoney